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Cem mil ucranianos vão às ruas em atos contra o governo

Prefeitura de Kiev é ocupada, e polícia repreende com violência tentativa de invasão do palácio presidencial

População protesta por decisão do presidente Viktor Yanukovich de não assinar um acordo com a União Europeia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A decisão do governo ucraniano de se distanciar da União Europeia levou ontem ao menos 100 mil pessoas às ruas da capital do país, Kiev.

A prefeitura foi ocupada, e cerca de cem policiais ficaram feridos em confronto.

O palácio presidencial também foi atacado --tratores foram utilizados para destruir as barreiras que o protegem--, mas a polícia evitou, com bombas de gás lacrimogêneo, a sua invasão.

Na semana passada, o presidente Viktor Yanukovich congelou as negociações de um acordo para inserir o seu país no bloco europeu.

A Justiça chegou a proibir, em vão, manifestações na praça da Independência, tradicional ponto de protestos em Kiev. A oposição lidera o movimento nas ruas e pede a renúncia de Yanukovich e a realização de novas eleições.

Fortalecidos com a alta adesão às manifestações, opositores convocaram ontem uma greve geral, que se for adiante deve aumentar a tensão no país.

Yanukovich atribui a decisão de não aderir à União Europeia à necessidade de manter a Ucrânia perto da Rússia --mesmo depois do fim da União Soviética, os países mantiveram um relacionamento muito próximo.

Moscou estaria fazendo ameaças de retaliação caso a Ucrânia mudasse o foco de suas relações internacionais.

O presidente do Conselho da União Europeia, Herman van Rompuy, também criticou o papel da Rússia, embora sem citar o país. Disse que o acordo estava "muito perto", e que é necessário "superar as pressões externas".

Entre os líderes da oposição está a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko. Ela está presa desde 2011, acusada de abuso de poder num julgamento que países ocidentais consideram ter motivação política. Em carta lida por sua filha, ela também pediu a queda do governo.

PRESIDÊNCIA

Acuado após as manifestações, Yanukovich disse ontem que faria tudo que estivesse ao seu alcance para acelerar a aproximação com a União Europeia.

Ele condenou ainda o uso da força contra os manifestantes, afirmando estar "profundamente indignado com os acontecimentos na praça da Independência".

Se a oposição derrubar Yanukovich, não será um feito inédito. Em 2004, já presidente, ele foi deposto pela chamada Revolução Laranja, que em 2004 levou ao poder uma gestão pró-Ocidente.

A economia foi mal e, em 2010, Yanukovich venceu as eleições e voltou ao cargo --batendo justamente Yulia Timoshenko, por uma margem apertada de 3% dos votos. "Vamos voltar ao formato que historicamente existiu entre o povo russo e o ucraniano", disse ele na época.


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