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Saques deixam dez mortos na Argentina

Onda de vandalismo foi causada por greve de policiais pedindo reajuste salarial em 17 das 23 províncias do país

Em ato pelos 30 anos de retorno à democracia, Cristina Kirchner reforça tese de que tumulto foi planejado

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

Dez pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas na Argentina durante uma onda de saques a lojas que começou há uma semana.

Os atos de vandalismo foram facilitados pela greve de policiais em protesto por reajuste salarial. As manifestações atingiram 17 das 23 províncias argentinas.

A situação se agravou na noite de anteontem, quando 15 províncias enfrentavam simultaneamente greve ou desobediência policial.

Um dos locais que mais sofreram com a violência foi San Miguel de Tucumán, capital de Tucumán, a 1.086 km de Buenos Aires. Três pessoas morreram e 30 foram feridas com bala durante os saques.

Em Córdoba e Río Negro, que também tiveram problemas, a situação foi normalizada há alguns dias, quando os governadores concederam aumento à categoria.

Até a conclusão desta edição, o protesto policial continuava apenas na província de Terra do Fogo.

Ontem à noite, a presidente Cristina Kirchner se manifestou pela primeira vez sobre o problema. Em um ato pela comemoração dos 30 anos do retorno da democracia à Argentina, em frente à Casa Rosada, ela reforçou o discurso de alguns de seus ministros de que os saques ocorreram de modo planejado, "com precisão cirúrgica".

"Eu não sou ingênua, não acredito em casualidades. Tampouco acredito em fatos que são gerados por contágio, porque por contágio são as caxumbas ou cataporas", afirmou Cristina.

A paralisação policial e os saques não atingiram Buenos Aires. Na província de Buenos Aires, conflitos foram registrados só em duas cidades: Mar del Plata e La Plata.

Mesmo assim, o policiamento na capital aumentou. O Ministério da Segurança pediu vigilância intensificada perto de 80 centros comerciais importantes da cidade.

REAJUSTE

Ontem à noite, a polícia aceitou o reajuste que elevará o salário para 8.500 pesos (R$ 3.131) e prometeu encerrar o motim.

A média do salário inicial da categoria é de 6.000 pesos (R$ 2.280). O aumento pedido na maioria das províncias foi de 13.000 (R$ 4.940). Os governadores dos principais Estados chegaram a um acordo para oferecer reajustes parecidos, em uma média de 8.000 pesos.

Na mesma hora em que a polícia de Tucumán aceitou o acordo, um grupo de cidadãos fazia um panelaço na frente da sede do governo estadual, pedindo mais segurança. A manifestação foi reprimida pelos policiais que estavam em serviço com balas de borrachas e bombas de gás lacrimogênio. Várias pessoas ficaram feridas.

A Braztoa, associação que reúne 90% das operadoras de turismo no Brasil, informou que não houve cancelamento de pacotes ou adiamento de viagens de fim de ano para a Argentina em razão dos distúrbios.


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