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Governo investiga atuação de falso intérprete em evento

FÁBIO ZANINI DO ENVIADO A PRETÓRIA

Depois da vaia ao presidente Jacob Zuma e dos problemas de acústica, o governo sul-africano teve ontem de lidar com mais um constrangimento relativo ao evento em homenagem a Nelson Mandela ocorrido anteontem em um estádio de Johannesburgo.

O homem que aparecia ao lado dos oradores, supostamente traduzindo os discursos para a linguagem dos surdos, teria inventado os movimentos, num "idioma" que só ele entendia.

O alerta foi dado por representantes da comunidade de surdos da África do Sul. "Os movimentos da mão e do corpo dele, assim como as expressões faciais, não seguiam o que o orador dizia", declarou Braam Jordaan, sul-africano membro da Federação Mundial dos Surdos.

"Os sinais utilizados por essa pessoa não se pareciam em nada com qualquer linguagem de sinais naturais que eu já tenha visto", disse à Folha a diretora do centro de pesquisa em surdez e linguagem do University College London, Bencie Woll.

Outros quatro especialistas consultados pela agência de notícias Associated Press disseram que os gestos do intérprete não significavam nada nem na linguagem de sinais sul-africana, nem na americana (os países usam sistemas de comunicação de sinais diferentes).

Ontem, o misterioso homem não havia sido identificado. Ele "traduziu", entre outros, os discursos do presidente americano, Barack Obama, e da presidente Dilma Rousseff. O governo sul-africano abriu uma investigação sobre o incidente.

Aparentemente, o suposto impostor já havia causado polêmica antes, em eventos do Congresso Nacional Africano, o partido governista.

Wilma Newhoudt-Druchen, primeira deputada surda eleita para o Parlamento sul-africano, chegou a tuitar durante o evento: "O intérprete está gesticulando bobagem. Ele não sabe fazer. Por favor tirem-no de lá".

O pedido não foi atendido. O homem ficou até o final do evento.


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