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Acordo dá alívio parcial ao setor de aviação iraniano
Com o avanço nas negociações com as potências, país agora poderá comprar peças de reposição para aeronaves
Relaxamento de sanções foi obtido em troca de concessões no programa nuclear da república islâmica
O acordo preliminar firmado no fim de novembro entre Irã e potências mundiais reverte parcialmente o bloqueio à aviação que transformou a república islâmica num dos países recordistas em acidentes aéreos, com 900 mortes na última década.
Com o acordo, os EUA suspenderam medidas adotadas em 1995 para banir do mercado americano quem vendesse equipamentos aeronáuticos a iranianos.
Para contornar o bloqueio, que pretendia impedir o Irã de importar tecnologia bélica, empresas aéreas do país se acostumaram a operar no mercado negro, adquirindo peças falsificadas ou de segunda mão.
Sem poder comprar aviões novos, iranianos também usavam intermediários para comprar modelos aposentados por empresas ocidentais.
"A alemã Lufthansa vende um Airbus A 340 para um negociante russo, que o revende a um ucraniano, que por sua vez o repassa aos iranianos. E assim os alemães não violam sanções, pois, legalmente, não há transação com o Irã", diz uma fonte ligada ao setor.
"O problema é que o custo aumenta em até 30% com tanta comissão."
Segundo o "Le Figaro", representantes da Boeing já sondaram iranianos na expectativa de vender dezenas de aviões novos caso as sanções sejam totalmente levantadas em troca de concessões no programa nuclear iraniano.
Apesar da adversidade, o setor aéreo no Irã opera uma extensa malha que compõe mercado competitivo entre dezenas de empresas estatais e privadas.
As companhias usam aviões em melhor estado de conservação para voos com destino à Europa, onde modelos muito velhos não entram.
