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Análise

Destino de tio foi ato extremo até para padrão de Pyongyang

AIDAN FOSTER-CARTER DO "GUARDIAN"

Demolindo as esperanças de que sua juventude e educação na Suíça pudessem resultar em mudança, Kim Jong-un, o quase monarca da Coreia do Norte que representa a terceira geração de sua família no comando de um regime hipoteticamente comunista, acaba de nos lembrar que "1984", de George Orwell, continua a ser o manual norte-coreano.

A prova foi o cruel expurgo público de Jang Song-thaek, marido de sua tia e seu antigo mentor.

Como em qualquer tirania, defenestrações são coisa rotineira. Mas, em geral, são conduzidas com mais sutileza. Em julho de 2012, Ri Yong-ho, o vice-marechal que coordenou a sucessão do jovem Kim junto ao Exército, foi subitamente dispensado de seus postos por "doença".

Em 2010, outro importante líder militar, Kim Il-chol, passou por aposentadoria compulsória semelhante, devido à sua "avançada idade de 80 anos" (o chefe de Estado figurativo, Kim Yong-nam, tem 85 anos; Choe Yong-rim, o antigo premiê, 83.)

A despeito dos laços de família, o medo era de que Jang estivesse criando uma base pessoal de poder. Mas enquanto Kim Jong-il precisava do cunhado, seu impetuoso filho não só considerou o tio descartável como optou por fazer dele um exemplo.

A remoção de Jang foi um acontecimento extremo mesmo sob os padrões da Coreia do Norte.

A última vez em que um líder importante havia sido mostrado na TV quando de sua detenção em uma reunião do partido, depois de ser acusado publicamente, ocorrera nos anos 70.

A longa e absurda lista de acusações não deixa coisa alguma de fora: de "ações facciosas contra o partido" e obstrução da economia a "sonhar sonhos diferentes", sem falar da "vida dissoluta e depravada, relações impróprias com diversas mulheres" e até mesmo uso de drogas.

Todos os norte-coreanos sabem quem era Jang. A ideia de uma maçã podre bem no centro do regime dificilmente pareceria convincente --e pode sair pela culatra.


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