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Escoltado, corpo de Mandela chega a Qunu

Governo sul-africano evita controvérsia e convence arcebispo vencedor do Nobel da Paz a comparecer a funeral

Desmond Tutu, crítico do atual presidente Zuma, disse que não havia sido convidado para a cerimônia

FÁBIO ZANINI ENVIADO ESPECIAL A QUNU (ÁFRICA DO SUL)

Sob forte esquema de segurança, o corpo do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela chegou ontem a Qunu, terra de seus ancestrais, para ser enterrado hoje, encerrando dez dias de luto e celebrações.

Cerca de 5.000 pessoas acompanharão a cerimônia, entre celebridades, líderes políticos e amigos.

Na última hora, o governo conseguiu evitar mais uma controvérsia em uma programação já bastante atribulada.

Nobel da Paz e maior símbolo da luta contra o apartheid depois de Mandela, o arcebispo Desmond Tutu havia dito durante o dia que não iria ao funeral, por não ter sido convidado pelo governo sul-africano.

"Eu gostaria de assistir à cerimônia para dar um último adeus a alguém de quem gostava. [...] Se eu tivesse sido informado de que era bem-vindo, não perderia por nada", declarou, de manhã.

Tutu é um crítico do atual presidente, Jacob Zuma, e do partido governista, o Congresso Nacional Africano. Suas denúncias de corrupção, abuso de poder e má gestão econômica o tornaram persona non grata no governo.

Como a repercussão foi imediata, o porta-voz da Presidência, Mac Maharaj, apressou-se em dizer que Tutu estava, sim, na lista de convidados. "Ele é muito especial para nosso país."

No fim do dia, tendo em vista esse gesto do governo, Tutu afirmou que havia mudado de ideia e deveria comparecer ao funeral.

DESLOCAMENTO

Ontem, o corpo de Mandela deixou Pretória e foi levado de avião até o aeroporto de Mthatha, na província de Cabo Oriental. De lá seguiu para Qunu, onde chegou por volta das 16h (12h de Brasília).

Helicópteros militares sobrevoaram o cortejo durante o trajeto de cerca de 40 km, que foi acompanhado por milhares de pessoas.

A cerimônia começa às 8h (4h de Brasília) e deve durar quatro horas. As primeiras duas terão ritos tradicionais da tribo thembu, à qual pertence Mandela. As duas últimas serão reservadas à família.

O lugarejo foi invadido por centenas de jornalistas e todo o aparato do Estado sul-africano. Sem pistas adequadas para aterrissar, helicópteros militares pousavam em pastagens, em meio a vacas e cabras.


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