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Governo da Ucrânia deve assinar acordo com a Rússia

Diálogo com a União Europeia fica distante

LEANDRO COLON DE LONDRES

A novela política da Ucrânia terá um capítulo hoje que deve agravar ainda mais a crise que afeta o país há três semanas. Em meio a protestos que pedem sua saída, o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, pretende assinar acordos comerciais com a Rússia.

O dirigente vai a Moscou se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin. A previsão, segundo a assessoria do próprio Yanukovich, é que assinem acordos bilaterais nas áreas de energia, aviação e transporte, entre outras.

Na prática, o gesto dele de ir a Moscou é uma tentativa de obter uma recompensa financeira dos russos, principalmente na área de gás, em troca de ter se negado a assinar um acordo comercial com a União Europeia (UE).

Autoridades russas confirmaram ontem as negociações para um empréstimo a Kiev e o ministro ucraniano da Energia, Eduard Stavitsky, sinalizou para a redução nos preços da energia russa.

É justamente essa relação entre Ucrânia e Rússia que tem levado milhares de manifestantes às ruas de Kiev.

A oposição acusa Yanukovich de recuar do acordo com a UE para ceder à pressão russa, que não quer vê-lo próximo ao bloco europeu.

Na visão dos adversários de Yanukovich, a aproximação econômica com esses países, e não com Moscou, é a saída para a crise econômica que assola o país. Na sexta, oposição e governo chegaram a se encontrar, mas, ao que tudo indica, nada avançou.

Fiel a Putin até agora, o dirigente ucraniano deve cobrar hoje a fatura. A redução do preço da energia já seria um alento ao governo de Kiev, afinal a dívida com os russos hoje é de cerca de US$ 60 bilhões (R$ 140 bilhões).

Yanukovich tem adotado um discurso ambíguo com a União Europeia. Ele alega que não fechou as portas para o bloco, mas que as condições financeiras precisam melhorar --o país, na verdade, espera uma ajuda de € 20 bilhões por ano (R$ 64 bilhões).

Essa postura tem irritado os dirigentes europeus. No domingo, o comissário para a ampliação do bloco, Stefan Fuele, disse que as negociações haviam sido suspensas porque a Ucrânia não deixa claro seu compromisso.

Ontem, a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, tentou demonstrar um clima de conciliação. Em Bruxelas, ela disse acreditar no diálogo com Kiev, mas desde que o dirigente ucraniano deixe claro o que ele quer mudar no acordo.


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