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Análise

Hollande estaria bem pior se fosse americano ou britânico

JONATHAN FREEDLAND DO "GUARDIAN"

O sexo conseguiu fazer o que as guerras na Síria e na República Centro-Africana, tensões raciais e o futuro da União Europeia não conseguiram. Convenceu o mundo a fazer algo raro até agora: acompanhar uma entrevista coletiva do presidente da França.

Se o mesmo episódio envolvendo François Hollande estivesse acontecendo em Londres ou Washington, por exemplo, o burburinho antes da coletiva giraria em torno de um tema apenas, e inequívoco: diríamos que o premiê ou presidente estaria mergulhado em problemas até o pescoço e lutando por sua sobrevivência política.

A ideia seria que seu cargo estaria por um fio. Alguns, pelo menos, estariam prevendo uma renúncia.

Mas estamos na França. Até agora, a consequência política das revelações feitas pela "Closer" foi uma ligeira melhora do presidente nas pesquisas de opinião.

Sim, você leu certo.

Confirmando os estereótipos gauleses, os eleitores franceses parecem ter uma opinião melhor de Hollande, agora que sabem que seu guarda-costas o leva de moto para supostos encontros de fim de noite com sua amante.

Enquanto isso, a história provocou um fenômeno social: um game on-line em que o jogador tem que conduzir o presidente, devidamente protegido por seu capacete de motoqueiro, até sua Julie.

Se fosse um presidente americano prestes a enfrentar a imprensa, seus assessores exigiriam honestidade completa --nada do fingimento à moda Bill Clinton de que "não tive relações sexuais com aquela mulher".

Aconselhariam o presidente a dizer que está buscando conselhos espirituais e rezando pelo perdão e a compreensão de sua mulher e da população americana.

Já um político britânico flagrado sendo infiel à sua mulher teria de anunciar que está deixando sua mulher ou parceira porque se apaixonou por outra pessoa --ou renunciar ao cargo. Na França, Hollande até poderá se safar.


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