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Morre oficial japonês que se recusou a crer no fim da 2ª Guerra

Hiroo Onoda permaneceu em seu posto numa ilha nas Filipinas até 1974, 29 anos depois de conflito se encerrar

Para oficial, panfletos sobre rendição eram propaganda inimiga; ele viveu 9 anos no Brasil antes de voltar ao Japão

ROBERT D. MCFADDEN DO "NEW YORK TIMES"

Morreu quinta-feira em um hospital de Tóquio aos 91 anos Hiroo Onoda, oficial do Exército imperial japonês que permaneceu em seu posto na selva, em uma ilha das Filipinas, por 29 anos, recusando-se a acreditar que a Segunda Guerra Mundial tinha acabado, e voltou como herói ao Japão apenas em 1974.

Onoda continuou em guerra muito depois que o conflito havia terminado; ele acreditava que o imperador do Japão era uma divindade e que a guerra era uma missão sagrada. Sobreviveu comendo cocos e bananas e matou cerca de 30 aldeões locais que presumia serem inimigos.

A história e a literatura japonesa estão repletas de heróis leais a uma causa, especialmente causas perdidas ou sem esperança, e Onoda parecia um samurai à moda antiga ao oferecer sua espada ao presidente Ferdinand Marcos, das Filipinas, em sinal de rendição; Marcos devolveu a arma ao oficial.

Ele foi recebido no Japão com multidões e aplausos, paradas comemorativas e discursos das autoridades.

A última ordem recebida por Onoda no começo de 1945 foi a de permanecer em seu posto na ilha de Lubang, 150 quilômetros a sudoeste da capital filipina Manila, e lutar.

Onoda, oficial de inteligência treinado em táticas de guerrilha, e três soldados que estavam com ele encontraram panfletos que proclamavam o fim da guerra, mas acreditavam que era apenas um truque de propaganda.

Último remanescente, Onoda ""que havia sido oficialmente declarado morto em 1959"" foi localizado por Norio Suzuki, um estudante que visitou a ilha para procurar por ele, em 1974.

No Japão, ele saía para dançar, aprendeu a dirigir e viajou pelo país, mas era um homem sem raízes.

Em 1975, mudou-se para uma colônia japonesa no Brasil, onde se tornou pecuarista; em 1976, casou-se com Machie Onuku, que ensinava como realizar a cerimônia de chá tradicional japonesa.

Em 1984, eles voltaram ao Japão e fundaram a Escola Onoda de Natureza. Nos últimos anos, dividiam seu tempo entre o Japão e o Brasil, país do qual se tornou cidadão honorário em 2010.


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