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Desconvite da ONU é 'deplorável', diz Irã

País exige explicações do secretário-geral, Ban Ki-moon, após ter sido retirado de conferência de paz sobre Síria

Avião com comitiva do regime de Assad fica 5 horas parado na Grécia, após empresa se negar a fazer reabastecimento

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Um dia após ter sido desconvidado pela ONU de uma conferência de paz sobre a Síria, o Irã reagiu ontem com irritação e exigiu explicações do secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, pela reviravolta.

"Do nosso ponto de vista, esta retirada [do convite] é deplorável", disse Marzieh Afkham, porta-voz da Chancelaria iraniana, na véspera da conferência, que reunirá na Suíça rebeldes sírios e representantes do governo de Bashar al-Assad.

Afkham acusou Ban de ter agido "sob pressão" e afirmou que o Irã irá cobrar que ele revele as "verdadeiras razões" do cancelamento.

Na noite de domingo, Ban anunciou que o Irã estava entre os convidados do encontro, que começa hoje em Montreux e se estende até o fim de semana em Genebra.

Diante do apoio militar, político e financeiro que fornece a Assad, o Irã é considerado por muitos analistas e diplomatas um ator incontornável do conflito sírio.

Mas o convite ao Irã enfureceu rebeldes sírios, que ameaçaram boicotar o encontro. Os EUA, copatrocinadores do encontro ao lado da Rússia, também rejeitaram a participação iraniana.

Na noite de segunda-feira, 24 horas após o anúncio público do convite, um porta-voz de Ban anunciou que Teerã estava fora da conferência.

A razão alegada pela ONU foi que o Irã não se comprometeu publicamente a endossar um plano de paz, discutido em 2012, em Genebra, que visa pavimentar o caminho rumo a um governo de transição na Síria.

O plano, que havia fracassado devido a divergências de interpretação entre as potências mundiais, foi ressuscitado e servirá de base para as próximas conversas.

O papel do Irã no conflito sírio sempre gerou controvérsia. O primeiro emissário da ONU para o conflito sírio, o ex-secretário-geral da organização Kofi Annan, renunciou ao cargo, entre outras razões, porque os EUA se opunham à ideia de incluir Teerã nas negociações.

Annan alegava que não há solução negociada sem o Irã, já que os iranianos exercem forte influência sobre Assad.

O sucessor de Annan e atual emissário Lakhdar Brahimi também defendeu a participação iraniana, assim como a Rússia.

Prevalece, porém, a posição das potências ocidentais, também defendida pela Turquia e pelas monarquias árabes.

PARADA-SURPRESA

O avião que levava a comitiva síria para a conferência de paz ficou cinco horas parado no aeroporto internacional Eleftherios Venizelos, em Atenas, na Grécia, após a empresa responsável pelo reabastecimento do avião recusar atendimento, temendo sofrer represálias por atender um país sob embargo da União Europeia.

O abastecimento foi autorizado após a empresa receber a garantia de não ser punida. A televisão estatal síria informou que o plano de viagem tinha sido informado aos gregos com antecedência.

GUERRA SECTÁRIA

O Irã, epicentro do islã xiita, apoia o regime de Assad, adepto de uma vertente mística do xiismo, como forma de se contrapor à influência geopolítica ocidental no Oriente Médio.

O território sírio se tornou palco de uma guerra por procuração entre grupos armados xiitas apoiados pelo Irã, como o libanês Hizbullah, e facções sunitas, algumas das quais ligadas à Al Qaeda, bancadas por países árabes.


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