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Confrontos na Ucrânia deixam 4 mortos

É a primeira vez que choques entre polícia e manifestantes antigoverno causam mortes; EUA estudam sanções

Opositores pedem saída de presidente, premiê e ministro do Interior; lei que restringe protestos gerou revolta popular

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Quatro manifestantes morreram ontem na capital da Ucrânia, Kiev, durante o dia mais violento de confrontos entre opositores e forças policiais. Outras 300 pessoas ficaram feridas na escalada de violência que assola a cidade desde o último domingo (19).

Esses são os primeiros mortos desde o início das manifestações, em novembro, contra a decisão do governo do presidente Viktor Yanukovich de abandonar um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE) em prol de uma cooperação maior com a Rússia.

As manifestações na praça da Independência ganharam força após a aprovação de uma lei na semana passada que restringe os protestos, com multas e prisão por instalação de barracas em espaços públicos, bloqueio de prédios estatais, organização de carreatas e uso de máscaras.

Os manifestantes mortos teriam sido atingidos por tiros das forças de segurança. Um jovem também teria morrido ao cair de uma coluna junto ao estádio do Dínamo de Kiev.

OPOSIÇÃO

A ex-premiê ucraniana Yulia Tymoshenko disse em comunicado que Yanukovich "não é mais presidente da Ucrânia, mas sim um assassino", após dar a ordem de disparar sobre manifestantes. Tymoshenko está na cadeia, acusada de corrupção em um caso envolvendo fornecimento de gás pela Rússia.

Em comunicado conjunto, os três partidos da oposição --os de centro-direita Batkivshina e Udar e o de direita Svoboda-- responsabilizaram Yanukovich e o ministro do Interior, Vitali Zajárchenko, "cujas mãos estão manchadas com o sangue de cidadãos pacíficos", pelas mortes e pedem sua renúncia.

Após divulgar comunicado se dizendo "contra o derramamento de sangue, o uso de força e a incitação à inimizade e violência", Yanukovich, que até agora se manteve firme em não ceder aos manifestantes, se reuniu com líderes da oposição para tentar conter a violência nas ruas.

O encontro foi visto como uma vitória da oposição, que tenta um acordo para incluir a saída do premiê, Mykola Azarov, que chamou os manifestantes de "terroristas" e culpou os líderes da oposição por incitar a violência e desestabilizar o país.

Após o encontro com o presidente, a oposição pediu unidade às mais de 50 mil pessoas concentradas na praça da Independência.

REPERCUSSÃO

Segundo a embaixada americana em Kiev, os vistos de vários ucranianos foram embargados em resposta ao uso da força contra os manifestantes na capital. Outras sanções podem ser aplicadas se os confrontos persistirem.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, condenou a violência, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que o bloco poderia tomar medidas contra a Ucrânia.

O embaixador da Rússia em Bruxelas, Vladimir Chizhov, pediu à UE que não aplique sanções a Kiev.


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