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Aluno mata professor e policial em Moscou
Após atirar, adolescente manteve 20 colegas como reféns em sala de aula e só os libertou após chegada de seu pai
Incidente ocorre a três dias do início dos Jogos de Inverno; para Putin, há que se educar jovens para a arte e a cultura
Um adolescente matou ontem, a tiros, um professor e um policial em uma escola na zona norte de Moscou e fez mais de 20 colegas reféns em uma sala de aula.
O jovem foi detido cerca de uma hora após os ataques, depois de conversar com seu pai, dono dos dois fuzis com os quais ele invadiu a escola.
O incidente começou por volta do meio-dia, quando o adolescente engatilhou a arma e a apontou para um guarda que tentou detê-lo na entrada da escola.
O guarda conseguiu acionar o alarme, o que levou a polícia à escola. Quando os policiais entraram, o atirador disparou contra eles, matando um e ferindo outro.
Ele bateu, então, à porta da sala de aula da 2ª série do ensino médio, afirmou o colega Ivan Chekanov, 16, que mais tarde se tornaria um dos reféns na sala de aula.
"Inicialmente, nós ficamos felizes por vê-lo, mas ele logo atirou no professor de geografia. Ele disparou e depois subiu ao tablado do professor, colocou os seus rifles sobre a mesa e disse que tinha cem balas e que estava lá para morrer", disse o colega.
"Andrei Nikolaievich [o professor] estava sangrando, caído no chão mas ainda vivo. Ele [O atirador] nos perguntou por que o professor ainda estava vivo, e disse que o tinha matado. Nós ficamos todos quietos".
"Bem, pessoal, sua resposta merece um D', ele disse, e disparou mais diversos tiros", disse Chekanov pelo telefone à agência Reuters.
Os disparos fizeram dezenas de estudantes saírem à rua, onde a temperatura era inferior a zero grau.
AJUDA DO PAI
O pai do atirador foi levado ao local e passou 15 minutos falando ao telefone com o filho antes de conseguir entrar na sala onde ele mantinha os colegas reféns. O filho começou a liberar os alunos 30 minutos mais tarde.
"Quando todos os alunos foram liberados, ele foi neutralizado e capturado", disse Anatoly Yakunin, chefe de polícia de Moscou.
Sakhobudin Tagoyev, um ex-colega de escola do atirador, disse que ele se enervava facilmente, mas era um aluno modelo, que servia de exemplo para toda a escola.
"Os professores gostavam dele e o respeitavam. Ele era um Einstein", afirmou.
PUTIN
Em uma reunião do conselho consultivo de arte e cultura em Pskov (oeste do país), o presidente Vladimir Putin disse que é preciso educar os jovens para amar a arte e a cultura. "Se o tivéssemos feito, talvez tragédias como a de hoje em Moscou não tivessem ocorrido".
O incidente ocorre com o país em alerta contra ataques de militantes islâmicos à medida que chegam os atletas que estarão na Olimpíada de Inverno, que acontece em Sochi a partir de quinta-feira.