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Europa e EUA planejam ajuda à Ucrânia
Presidente da Comissão Europeia, porém, diz que não competirá com Rússia 'para ver quem paga mais por acordo'
Após licença médica, Yanukovich retorna ao trabalho e deve indicar novo primeiro-ministro para suceder Azarov
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, confirmou ontem que a União Europeia e "aliados" estão trabalhando para oferecer um plano de ajuda econômica à Ucrânia que facilite seu caminho de aproximação ao bloco comunitário.
Segundo Barroso, a UE continua disposta a firmar com o país um acordo de associação, pacto que o presidente Viktor Yanukovich negou firmar em novembro do ano passado, originando ondas de protestos pelo país.
"A perspectiva é ajudar a Ucrânia em seu caminho europeu, porque acreditamos que é isso o que quer a maioria dos ucranianos. Querem se aproximar mais da União Europeia, e estamos dispostos a apoiar isso", afirmou o chefe executivo da UE.
No entanto, Barroso ressaltou, referindo-se à Rússia: "Não estamos competindo para ver quem paga mais por um acordo com a Ucrânia".
Questionado sobre um novo plano de ajuda econômica, Barroso lembrou que a Comunidade Europeia já tem preparado um pacote de assistência macrofinanceira de 610 milhões de euros diante da possibilidade de um acordo com o FMI.
RELAÇÃO ABALADA
Em novembro, Yanukovich alegava que um pacto com a UE abalaria a relação de Kiev com o governo russo, que chegou a sinalizar sanções caso o país firmasse o acordo.
Então, em dezembro, foi firmado um resgate financeiro de US$ 15 bilhões de Moscou para a Ucrânia. No entanto, após entregar US$ 3 bilhões desse valor, a Rússia suspendeu a entrega de outra parcela de US$ 2 bilhões, na semana passada, expressando insatisfação quanto à crescente incerteza política ucraniana.
Yanukovich deve falar sobre essa situação com a alta representante diplomática da UE, Catherine Ashton, com quem se encontrará na quarta-feira. Em entrevista ao "Wall Street Journal", Ashton confirmou que um pacote de assistência financeira estava sendo preparado pela UE e pelos EUA.
Também a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, disse ontem que governo americano e UE mantêm contato para discutir a "assistência de que a Ucrânia pode precisar após a formação de um novo governo".
VOLTA
Ontem, o presidente Yanukovich retornou ao trabalho depois de quatro dias de licença médica.
A sua primeira tarefa será indicar um novo primeiro-ministro para suceder Mykola Azarov, que deixou o governo no dia 28 de janeiro.
Também ontem a oposição apresentou um novo projeto de anistia que beneficiaria, diferentemente daquela aprovada na semana passada, os manifestantes detidos nos violentos enfrentamentos ocorridos na capital, Kiev, no mês passado.