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Coreia do Norte lidera violações, diz ONU

Relatório feito a partir de depoimentos de 240 desertores revela que país promove tortura e execuções sistemáticas

Para chefe da comissão da ONU que realizou o estudo, situação nas prisões do país só tem paralelo no nazismo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Comissão de Direitos Humanos da ONU divulgou ontem um relatório que coloca a Coreia do Norte como o país onde ocorre o maior número de crimes contra a humanidade no mundo.

O grupo que elaborou o texto diz também que há evidências suficientes para processar o ditador do país, Kim Jong-un, e outros membros do governo no Tribunal Penal Internacional (TPI).

No documento, de quase 400 páginas, a comissão compila entrevistas com 240 desertores que moram na Coreia do Sul, nos EUA e no Reino Unido. A Coreia do Norte não autorizou a entrada dos inspetores da ONU.

Para a comissão, há torturas sistemáticas e fome deliberada. Os locais onde há maior violação dos direitos são os campos de detenção, onde estão entre 80 mil e 120 mil presos políticos e onde os massacres seriam em níveis próximos a um genocídio.

Nesses campos, segundo os desertores, há homicídios, tortura, execuções e crianças aprisionadas desde o nascimento. Mãe seriam obrigadas a afogar os próprios bebês, e famílias teriam sido torturadas por terem assistido a uma novela estrangeira.

Muitas vezes, cadáveres de detentos teriam sido usados como fertilizante após serem queimados.

Entre os ouvidos está Shin Dong-hyuk, que escapou de um desses campos.

Quando tinha 13 anos, sua mãe e seu irmão foram executados após serem acusados de tentar escapar da prisão.

O ex-detento Kim Gwang-il, que passou dois anos preso em um campo de detenção, fez desenhos das torturas que eram praticadas ali.

Para o chefe da comissão de inquérito, Michael Kirby, a situação prisional norte-coreana só tem paralelo no nazismo. "A gravidade, a escala e a natureza dessas violações revelam um estado sem precedentes no mundo contemporâneo."

O relatório registra cerceamento da liberdade de expressão e da distribuição de alimentos para controlar o crescimento da população.

Para a comissão, a China também deveria ser punida por mandar de volta os norte-coreanos que cruzam a fronteira sem autorização. O país nega que impeça a entrada deles.

Os chineses são vistos como empecilho a um processo contra o regime. Como a Coreia do Norte não é filiada ao TPI, é necessário que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma ação judicial. A China, porém, tem poder de veto no Conselho.

Para a Coreia do Norte, o texto é um "produto da politização dos direitos humanos por parte da União Europeia e do Japão em aliança com a política hostil dos EUA".


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