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Desvio de avião foi ato deliberado, diz premiê

Primeiro-ministro da Malásia diz que sistema de comunicação foi desligado, reforçando hipótese de sequestro

Membros do governo ligados à investigação dizem que sequestro deixou de ser apenas uma teoria para o caso

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Após uma semana de buscas pelo Boeing da Malaysia Airlines que desapareceu na rota Kuala Lumpur-Pequim, o premiê da Malásia reforçou ontem a possibilidade de que o avião tenha sido desviado por sequestradores.

Segundo Najib Razak, é possível afirmar com "alto grau de certeza" que o sistema de comunicação foi desligado antes que o avião atingisse a costa leste da Malásia.

A aeronave então voou por mais sete horas, de acordo com sinais captados por satélites.

"Estas foram ações deliberadas de alguém no avião", disse o premiê, que evitou dizer de maneira categórica que seria obra de sequestradores. Ele afirmou estar "olhando todas as possibilidades".

Outra hipótese é que o avião teria sido jogado no mar por um membro da tripulação, em ato de suicídio.

Horas antes da entrevista do premiê, funcionários do governo da Malásia envolvidos na investigação, falando de forma anônima, foram mais assertivos ao dizer que a suspeita de sequestro deixou de ser só uma teoria.

"É conclusivo", disse uma fonte à agência de notícias Associated Press.

O que levou a isso são os sinais de que o sistema de comunicação foi desativado de propósito, e não de forma acidental.

O funcionário disse que o motivo de um suposto sequestro é desconhecido e que não foram feitas exigências.

O modo como o voo saiu da rota, para escapar de radares civis, leva os investigadores a crer que só alguém com experiência em pilotagem seria capaz de fazer esse desvio.

Com base em indicações de satélites de que o avião foi desviado para o oeste, o premiê da Malásia disse que o foco das buscas deixa de ser o mar do Sul da China e passa a ser dois "corredores".

Um ao norte, da Tailândia à fronteira entre o Cazaquistão e o Turcomenistão, o que levantaria a hipótese de que o avião poderia ter caído em terra ou até pousado.

Outro ao sul, da Indonésia ao oceano Índico.

Uma falha mecânica ou erro do piloto parecem estar descartados como motivo do desaparecimento. "As autoridades malasianas mudaram o foco da investigação para a tripulação e os passageiros a bordo", disse Razak.

Após a entrevista, a casa do piloto Zaharie Ahmad Shah, 53, em Kuala Lumpur foi alvo de busca pela polícia --que não deu detalhes.

Quatorze países fazem buscas, e a demora na investigação gerou críticas à Malásia, principalmente por parte da China. Dos 227 passageiros a bordo, 154 são chineses.

A semana de alarmes falsos e escassez de informações foi descrita por um parente de passageiro como "montanha-russa emocional".

Para alguns, os indícios de sequestro revivem a esperança de que familiares estejam vivos. "Agora está claro que podem encontrar o avião", disse Selamat Omar, cujo filho de 28 anos estava no voo.


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