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Oposição venezuelana pede mediação

Rivais de Nicolás Maduro dizem esperar que 'testemunho de boa-fé' ajude a solucionar falta de confiança mútua

Presidente diz que apresentará denúncia formal a organismos internacionais contra adversários políticos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Na semana em que Venezuela recebe uma missão de chanceleres da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), líderes da oposição fizeram um apelo para que uma "terceira parte independente" ajude a encontrar a solução para a crise política do país.

"Faz falta um testemunho de boa-fé, pois nós não confiamos no governo e, a julgar pelo que diz o governo, ele também não confia na gente. Uma terceira parte que garanta, facilite e, se necessário, faça uma mediação parece sensato", disse Ramón Guillermo Aveledo, secretário da Mesa de la Unidade Democrática (MUD), aliança que reúne partidos de oposição.

A proposta de Maduro é que os chanceleres da Unasul se reúnam com o próprio governo, com deputados e governadores e com a Conferência Nacional pela Paz, mesa de negociações instalada no mês passado, mas boicotada pela maioria da oposição.

Já entre os chanceleres, há praticamente um consenso para realizar um encontro com líderes estudantis, os principais responsáveis pelas manifestações.

Mais difícil, no entanto, será uma reunião em separado com a MUD. Para a Mesa, a Unasul deve levar em conta os pronunciamentos feitos pela comunidade internacional sobre a situação do país e a atuação do governo na repressão aos manifestantes.

Segundo Guillermo, não é só o governo e o Congresso dos EUA ou o Parlamento Europeu que questionam a atuação do Executivo.

"A Unasul, que é dos fóruns mais favoráveis ao governo, reconhece que há um problema muito sério no país."

Em discurso realizado ontem na Feira Internacional do Livro em Caracas, Maduro informou que apresentará uma denúncia formal a organismos internacionais, começando pela Unasul, contra a oposição.

Segundo ele, os adversários do governo vêm cometendo atos de vandalismo nos protestos pelo país, inclusive incendiando universidades e bibliotecas.

PAPA

As declarações do secretário da Mesa ecoam apelo feito na semana passada pelo empresário Gustavo Cisneros, um dos homens mais ricos da Venezuela, que conclamou o papa Francisco para mediar a crise do país.

Em artigo publicado no "Financial Times" na quinta, Cisneros disse que a visita da Unasul é um começo, mas está longe de ser suficiente. "O papa Francisco pode por fim à jornada destrutiva da nação", escreveu.

Dono do Venevisión, principal TV do país, Cisneiros apoiou o golpe contra Hugo Chávez em 2002, mas vinha se mantendo imparcial desde 2004, após acordo mediado pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter.

Ontem, os EUA anunciaram a suspensão da emissão de novos vistos para turistas na Venezuela por falta de pessoal. Vários funcionários da embaixada americana em Caracas foram expulsos pelo governo nos últimos meses.


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