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Região declara independência da Ucrânia

Manifestantes de Donetsk, onde há forte influência russa, pedem referendo; governo ucraniano diz que não aceitará

Russos estão por trás de atos separatistas, dizem autoridades; Moscou pede a Kiev que pare de culpar o Kremlin

LEANDRO COLON DE LONDRES

Um dia depois de invadir prédios do governo ucraniano, ativistas pró-Rússia declararam independência e convocaram um referendo em Donetsk, no leste do país, aumentando a tensão na região.

Os governos da Ucrânia e dos Estados Unidos acusam a Rússia de estar por trás dessas ações, que se já estendem por outras cidades de relevância política e econômica, como Kharkov e Lugansk.

"O roteiro está escrito pela Rússia e seu único objetivo é desmembrar a Ucrânia. Não vamos permitir", acusou o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.

O leste ucraniano, onde a língua russa predomina, é estratégico para Kiev, principalmente Donetsk, centro industrial e de negócios.

Cerca de 2.000 militantes pró-Rússia anunciaram um Conselho Popular de Donetsk, em que não reconhecem o governo ucraniano.

Um homem em um auditório do prédio do governo local anunciou a independência e foi aplaudido pelos presentes. Como a região metropolitana de Donetsk é extensa, ainda é muito cedo para falar em separação de fato.

Segundo a rede CNN, tropas especiais da Ucrânia haviam retomado a sede das forças de segurança de Donetsk, retirando os manifestantes.

Prometendo um referendo para 11 de maio, os ativistas pediram ajuda à Rússia. "Estamos prontos para lutar por nossas ideias, mas sem a ajuda da Rússia não será fácil resistir", disse um deles.

O governo dos EUA mantém a crítica aos russos, a quem acusa de estar por trás dessas ações.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que o presidente Vladimir Putin tem de parar de "desestabilizar" a região e disse ter informações de que manifestantes pró-Rússia estariam sendo pagos para agir.

"Estamos preparados para novas sanções contra a economia russa", disse.

O governo russo tem negado envolvimento nos recentes episódios. Ontem, o Ministério de Relações Exteriores disse que Kiev precisa parar de culpar a Rússia pelos "problemas" da Ucrânia.

O grande temor de americanos e do governo da Ucrânia é que o leste do país se transforme em crise semelhante à que tomou conta da península da Crimeia.

A península, oficialmente ligada a Kiev, foi anexada em março pela Rússia após o conflito que levou à queda do então presidente Viktor Yanukovich, aliado de Putin.

Devido à incorporação, Estados Unidos e União Europeia lançaram uma série de sanções contra a Rússia. Os ocidentais também suspenderam o país do G8, como forma de isolar Moscou.

OUTRAS CIDADES

Além de Donetsk, a cidade de Kharkov, a segunda maior da Ucrânia, teve a sede do governo tomada por ativistas, que exigem a criação de uma federação na Ucrânia.

Em Lugansk, capital da vizinha região homônima, ativistas a favor de Moscou controlam a sede do Serviço de Segurança da Ucrânia desde domingo.

Ontem, o presidente Olexander Turchinov anunciou operações antiterroristas contra os manifestantes. "Foi criado um centro anticrise, e serão adotadas medidas antiterroristas contra quem pegar em armas", disse.


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