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Linchamento provoca racha na Argentina

Casa Rosada tenta minimizar problema depois de governador aliado decretar emergência em Buenos Aires

Decisão de Daniel Scioli foi tomada após registro de vários casos de agressões contra suspeitos de crimes

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

Uma nova onda de violência na Argentina se tornou objeto de disputa política. Desde sábado, quando o governista Daniel Scioli, governador de Buenos Aires, decretou estado de emergência na província por causa do aumento da criminalidade, a Casa Rosada tenta se dissociar dessa decisão.

Ontem, o chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, afirmou que a medida de Scioli "faz parte de sua própria agenda" como governador.

O estado de emergência prevê mais investimentos na área de segurança e aumento do efetivo policial. Foi anunciado em meio a uma onda de linchamentos em Buenos Aires e em outras cidades do país.

Nas últimas 72 horas, outras três pessoas foram espancadas pela população após terem cometido algum crime, totalizando 16 casos em dez dias. Um jovem de 18 anos acusado de roubar uma bolsa em Rosário morreu.

As agressões fizeram com que a oposição afirmasse que há uma "ausência do Estado" no país.

Em sua fala, Capitanich atacou os meios de comunicação por colocarem o tema da insegurança em sua pauta diária.

"Os delitos sempre ocorreram. Há dois meses eram outros os temas [da mídia], como o dólar, a inflação", disse. "Sempre ocorrem fatos positivos e negativos, mas só destacam os negativos."

O reconhecimento do aumento da criminalidade por parte de um kirchnerista causou mal-estar inclusive na própria equipe de Scioli.

Seu vice-governador, Gabriel Mariotto, criticou a decisão de seu superior e também culpou a imprensa. "Não se pode combater a insegurança com posições de conjuntura que respondem ao interesse midiático", afirmou.

Mariotto, que não participou do anúncio feito pelo governador no fim de semana, disse que o problema da violência tem que ser resolvido com inclusão e equidade.

Uma pesquisa publicada no domingo pelo jornal "Clarín" mostrou que 8 de 10 argentinos acham que a insegurança aumentou no país.

No levantamento feito pela consultoria Management & Fit em 12 cidades de diferentes Estados mais a capital federal, 89,5% dos 1.600 entrevistados disseram que a insegurança é o principal problema em sua província.

Segundo um informe da ONU, de 2013, a Argentina tem uma das taxas de homicídios mais baixas da América Latina, de 5,8 a cada 100 mil habitantes. Já no quesito roubos, aparece em primeiro lugar, com 973 assaltos a cada 100 mil pessoas.

Só que os dados estão desatualizados. Desde 2009 o país não publica estatísticas oficiais sobre criminalidade.


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