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Jornalista venezuelana é solta, e ministro suspeita de ação política
Governo Maduro e oposição têm nova reunião marcada para hoje
A jornalista venezuelana Nairobi Pinto, sequestrada na sua casa em Caracas em 6 de abril, foi libertada ontem em Cúa, cidade no interior do Estado de Miranda --e um ministro do governo Nicolás Maduro disse que a motivação do crime pode ter sido política.
Nairobi falou à imprensa ontem, após a libertação. Disse que não sofreu maus-tratos, ficou com os olhos vendados na maior parte do tempo e os sequestradores "nunca falaram" na sua presença.
"Não quero dar muitos detalhes, desculpem, mas é um tema de segurança e caberá às autoridades investigar", disse a jornalista, que trabalha na Globovisión --TV privada que era porta-voz dos antichavistas até mudar de proprietários, no ano passado.
O ministro do Interior, Miguel Rodríguez, afirmou que a libertação se deu no momento em que se realizava operação policial na cidade.
Rodríguez, que inicialmente descartara motivação política no sequestro de Nairobi, mudou de abordagem e citou um possível "componente político". Para ele, o sequestro causou impacto em três setores vitais da sociedade.
"Ela é jornalista, e é preciso ver o que significa em matéria de segurança o sequestro de uma jornalista; coordena a Pastoral Juvenil, o que causa impacto na igreja; e é estudante [de direito], o que impacta o setor estudantil."
O ministro acrescentou, porém, que não "especularia" sobre a autoria do sequestro.
NOVA REUNIÃO
Governo e oposição marcaram para hoje nova reunião sobre a crise --desde fevereiro, conflitos entre manifestantes e forças governistas já mataram ao menos 41 no país.
O líder oposicionista Henrique Capriles disse ontem que o governo tem de mostrar "com ações" que quer o diálogo e insistiu na libertação de presos políticos e no desarme de milícias, rejeitados por Maduro na semana passada.
O presidente, por sua vez, celebrou o primeiro aniversário da apertada vitória eleitoral sobre Capriles dizendo ter se dedicado a "proteger com amor" o povo venezuelano.
Ainda ontem, Patricia Ceballos, mulher do ex-prefeito de San Cristóbal Daniel Ceballos --condenado a um ano de prisão, acusado de incitar a violência nos protestos--, anunciou que concorrerá ao cargo que era do marido.