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Conflito faz população palestina no local se dividir

DO ENVIADO A YARMUK

Quando ouviu as primeiras notícias da insurgência na Síria o líder palestino Abu Akram, 60, não se preocupou. "Era um conflito interno dos sírios", diz o morador do campo de refugiados de Yarmuk.

Mas rebeldes armados viram no campo próximo a Damasco o portão ideal para sua ofensiva contra a capital. Akram surpreendeu-se ao ver como, em poucos meses, liderança e população palestina estavam divididos entre a oposição e o regime sírio.

A crise levou a um êxodo do campo e à catástrofe humanitária que hoje mata civis palestinos --pela fome.

Akram recebe a Folha em seu escritório na periferia de Yarmuk, sob pesado aparato de segurança. A reportagem é alertada para se afastar das janelas, para o caso de haver franco-atiradores nos arredores. Com um braço paralisado, ele mostra as cicatrizes de bala pelo corpo envelhecido.

Akram é porta-voz do comando central da Frente Popular para a Liberação da Palestina. Sua organização é um dos aliados do regime de Bashar al-Assad em Yarmuk, e tem enfrentado ali as facções inimigas, em especial Hamas, que governa Gaza, e Fatah, que preside a Cisjordânia.

"Eles estão uns contra os outros em ideologia e em fé", diz, somando também o secular Exército Livre da Síria e as facções islamitas que disputam o poder. "Mas estão todos unidos contra a Síria."

Akram afirma ter montado sua própria força armada para o combate, mas não diz por quantos ela é formada. "Temos boa colaboração com o Exército sírio, mas eles estão do lado de fora e nós estamos na linha de frente", reclama.

O campo de Yarmuk está cercado pelas forças de segurança sírias. Dentro de seus quarteirões devastados pela guerra, facções disputam entre si. "Os tiroteios são entre as casas, entre os cômodos."

A Folha procurou líderes da Fatah e do Hamas para falar da situação em Yarmuk, mas não obteve resposta. Em nota à imprensa, o Hamas condenou o "cerco imposto ao campo" pelo regime, que considera ser "o crime deste século".


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