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Em tom de desafio, Putin vai à Crimeia pela primeira vez

Presidente russo é recebido em território anexado como herói; chefe da Otan afirma que visita é 'inapropriada'

Governo ucraniano diz que forças de segurança mataram 20 pró-russos durante confrontos em Mariupol, no leste

LEANDRO COLON DE LONDRES

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez ontem uma viagem à península da Crimeia. É a primeira visita do líder russo desde que seu governo anexou, em março, o território até então oficialmente ligado à Ucrânia.

Putin desembarcou em Sebastopol, cidade que abriga a base naval russa para o Mar Negro, logo após participar, em Moscou, da tradicional celebração de 9 de maio --quando se comemora a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra.

O governo de Kiev, apoiado por EUA e União Europeia, não reconhece até hoje a anexação da Crimeia, ocorrida por referendo. No entanto, não conseguiu impedir o domínio militar e político da região pelo país vizinho, com quem agora vive uma crise por causa de movimentos separatistas no leste.

Na visita, Putin agradeceu às Forças Armadas e aclamou a anexação da península. "Tenho certeza de que 2014 estará nos anais do país como o ano em que os que vivem aqui firmemente decidiram estar juntos com a Rússia", disse o líder russo.

Putin foi recebido como herói pela população local, cuja maioria sempre foi de origem russa --a Ucrânia recebeu o domínio da Crimeia apenas em 1954, por iniciativa da União Soviética.

O secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental), Anders Rasmussen, considerou a visita de Putin à Crimeia "inapropriada" e reafirmou: "Consideramos a anexação pela Rússia ilegal".

Mais cedo, ainda em Moscou, Putin usou a tradicional celebração de 9 de maio para exaltar o nacionalismo.

NOVOS CONFRONTOS

Ontem, houve novos relatos de confrontos entre ativistas pró-Moscou e forças ucranianas no leste. Desta vez, segundo Kiev, cerca de 20 separatistas teriam morrido em Mariupol, mas não são números oficiais --autoridades médicas teriam mencionado três mortes e 25 feridos.

Um referendo está previsto para amanhã em Donetsk e Lugansk, para aprovar a separação dessas regiões em relação à Ucrânia. Apesar do apelo de Putin para que a votação fosse adiada, os militantes decidiram mantê-la, embora não haja até agora detalhes de como isso será realizado.

O governo interino da Ucrânia já avisou que, assim como ocorreu na Crimeia, não vai reconhecer qualquer resultado. Tem dito que a única votação válida oficialmente é a eleição presidencial de 25 de maio.


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