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Exército prende ex-premiê após golpe na Tailândia

Mais de 100 políticos no país foram convocados a se apresentar aos militares

Houve protestos contra o golpe em Bancoc e no norte do país; censura a canais de TV e toque de recolher são mantidos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo militar da Tailândia prendeu nesta sexta-feira (23) a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra e membros de sua família depois de convocá-la para conversações, um dia depois de o Exército ter dado um golpe de Estado e destituído o governo interino que a substituiu.

Yingluck enfrentava protestos contra seu governo desde novembro, numa crise que levou a pelo menos 28 mortes.

"Nós prendemos Yingluck, sua irmã e cunhado", disse um militar à Reuters --ambos tinham altos cargos políticos. Não se sabe onde a ex-premiê, que foi destituída pela Justiça no último dia 7, está sendo mantida.

O Exército convocou mais de cem pessoas --entre políticos e figuras importantes do governo deposto e da oposição-- nesta sexta e, de acordo com a agência de notícias Associated Press, algumas ainda estavam detidas no início da noite.

Os militares também proibiram 155 pessoas de viajar ao exterior.

Mais de uma centena de pessoas protestou contra o golpe no centro da capital Bancoc e duas pessoas foram detidas, segundo a AP. No entanto, não houve maiores incidentes durante o dia.

Embora as escolas estivessem fechadas, o clima na cidade foi de um dia normal, com lojas abertas e pessoas indo ao trabalho. O toque de recolher entre 22h e 5h continua em vigor.

Cerca de 80 manifestantes também protestaram em Chiang Mai, no norte do país, região que apoia o governo de Yingluck Shinawatra.

As televisões foram censuradas e passaram a exibir imagem fixa com o nome do novo regime: o Conselho Nacional para a Manutenção da Paz e da Ordem.

Depois de três dias de lei marcial, destinada, segundo o Exército, a forçar o diálogo entre os atores civis da crise política, o chefe militar Prayut Chan-ocha disse na quinta-feira (22) que o golpe é necessário "para que o país volte à normalidade".

"Eu quero que os civis ajudem a organizar o país. Precisamos ter reformas econômicas, sociais e políticas antes das eleições. Se a situação se tornar pacífica, nós estamos prontos para devolver o poder às pessoas", disse o chefe militar nesta sexta.

DIVISÃO

A monarquia da Tailândia, cujo rei é Bhumibol Adulyadej, 86, é divida politicamente entre os chamados "vermelhos" --seguidores de Yingluck e seu irmão, Thaksin Shinawatra-- e os "amarelos", a oposição.

Thaksin também foi premiê, mas foi derrubado por um golpe de Estado em 2006. Ele é considerado um populista, criador do movimento dos "Camisas Vermelhas", forte entre a população rural do norte e nordeste do país. Seu partido ganhou todas as eleições no país desde 2001.

Os militares já deram 12 golpes de Estado bem-sucedidos na Tailândia (além de outros fracassados) desde o fim da fase absolutista da monarquia, em 1932.


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