Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

'Rei do chocolate', favorito na Ucrânia promete estabilidade

Bilionário que fez fortuna na indústria de doces, Petro Poroshenko deve ganhar eleições no primeiro turno

Diante do descrédito de políticos tradicionais, empresário tornou-se alternativa para reatar Kiev com o leste do país

LEANDRO COLON ENVIADO ESPECIAL A KIEV

Seja qual for a disputa, velhos chavões se repetem, como o do vencedor que deu um "chocolate" no adversário.

A expressão tem tudo para se encaixar na eleição da Ucrânia neste domingo (25), não só porque o favorito tem boas chances de vencer no primeiro turno, mas também porque é conhecido como o "Rei do Chocolate".

Recentes pesquisas apontam o magnata Petro Poroshenko, 48, com mais de 40% das intenções de voto, chegando a superar 50%, para ser eleito o novo presidente de um país mergulhado numa crise com Rússia e potências ocidentais.

A candidatura dele é fruto de uma lacuna de novas lideranças na Ucrânia, um país recheado de escândalos.

Não à toa, atrás de Poroshenko, com 10%, aparece a ex-premiê Yulia Timoshenko, até pouco tempo na cadeia por desvio de dinheiro.

Embora Poroshenko seja apontado como símbolo da oligarquia, o professor de relações internacionais Igor Todorov, da Universidade Nacional de Donetsk, pondera.

Para ele, diante da crise, o "Rei do Chocolate" virou a alternativa viável para uma solução interna. "Acho que ele tem potencial para estabilizar o país. Tem uma grande experiência política, muita habilidade, e um time competente por trás", disse.

Poroshenko virou candidato após a desistência do campeão de boxe Vitali Klitschko. O apelido é por ser dono da maior marca ucraniana de chocolates, "Roshen".

Em cada esquina de Kiev ou Donetsk, é possível encontrar um dos seus produtos.

Nascido numa pequena cidade ucraniana na fronteira com a Romênia, Poroshenko é dono de uma fortuna estimada em US$ 1,3 bilhão, segundo a Forbes.

O sucesso nos negócios deu-se após a derrocada da União Soviética, no começo dos anos 90. O magnata é ainda dono de um influente canal de televisão da Ucrânia.

Poroshenko já jogou em todos os times da política local. Começou a carreira em 1998, como membro do Parlamento. Aliado de primeira hora, virou opositor do governo de Leonid Kuchma (1994 a 2005).

Foi ministro das Relações Exteriores do sucessor, Viktor Yushchenko, depois de apoiar, ao lado da hoje rival Yulia Timoshenko, a "Revolução Laranja", onda de protestos em 2004 que impediu a vitória de Viktor Yanukovich na eleição daquele ano.

Em 2012, o magnata surpreendeu ao aceitar o convite para ser ministro da Economia do próprio Yanukovich, eleito dois anos antes.

O rompimento definitivo com ele ocorreu depois de julho de 2013 e por um fator pessoal: o governo da Rússia decidira banir a importação dos chocolates "Roshen", alegando problemas de qualidade.

De fato, foi um das primeiras reações de Moscou à aproximação de Kiev da União Europeia.

Yanukovich fez pouco caso do boicote russo aos produtos e ainda se aliou definitivamente a Putin, o que levou o "Rei do Chocolate" a abandoná-lo, usando inclusive seu canal de televisão para derrubá-lo em fevereiro.

Agora, quer virar presidente, com o discurso de ser o único capaz de estabilizar a Ucrânia, de Kiev ao leste, tomado por separatistas.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página