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Israel prende 200 em operação de busca
Governo culpa Hamas por suposto sequestro de três adolescentes que desapareceram em estrada na Cisjordânia
Segundo o jornal "Yedioth Ahronoth", mobilização do Exército israelense é a maior na região desde 2002
O Exército e os serviços secretos de Israel prenderam na madrugada desta terça (17) mais 41 palestinos, a maioria militantes islâmicos, em batidas realizadas em vários distritos da Cisjordânia como parte da busca por três jovens israelenses desaparecidos na quinta passada.
Com isso, o número de palestinos presos já ultrapassa 200 desde a última sexta (13) quando começou uma ampla operação militar para encontrar Gilad Shaer e Naftali Frenkel, ambos de 16 anos, e Eyal Yifrach, de 19 anos.
O governo israelense acredita que eles tenham sido sequestrados pelo Hamas.
Por enquanto, nenhuma organização armada reivindicou a autoria da ação, mas o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ordenou uma operação de busca, que conta com a participação de mais de 3.000 soldados e policiais.
"Enquanto nossos meninos permanecerem sequestrados, o Hamas se sentirá perseguido, paralisado e ameaçado", disse o coronel Peter Lerner, porta-voz do Exército israelense para a imprensa estrangeira, por meio de um comunicado.
O Hamas, apesar de ter elogiado a ação, não admitiu qualquer envolvimento.
Os três jovens, estudantes de um seminário rabínico na Cisjordânia, seguiam por uma estrada pela noite quando desapareceram.
Um deles, em uma ligação para a emergência da polícia, disse que estava sendo sequestrado, mas os agentes não o levaram a sério até horas mais tarde chegar a denúncia de seu desaparecimento por parte de seu pai.
Segundo o jornal "Yedioth Ahronoth", trata-se da maior operação israelense na Cisjordânia desde a Muro de Defesa, em 2002, na qual Israel, em plena segunda Intifada, desmantelou as estruturas da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
"Estamos comprometidos na resolução deste sequestro e em debilitar a capacidade terrorista do Hamas, sua infraestrutura e sua organização de recrutamento", acrescentou Lerner na nota.
O chefe do Exército, Beny Gantz, revelou ontem que a operação pode durar "muitos dias" e não terminará até que se encontre os desaparecidos.
Em comunicado, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou ontem o sequestro e a batida israelense contra a população palestina, sobretudo no distrito de Hebron, onde foi registrada a última ligação do jovem.
Na esteira da campanha #BringBackOurGirls (traga de volta nossas meninas), iniciada por ativistas pela libertação das cerca 200 meninas sequestradas pelo Boko Haram, na Nigéria, um grupo de estudantes israelenses iniciou, com o apoio do governo, o #BringBackOurBoys (traga de volta nossos meninos) nas redes sociais.