Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Igreja deve ser mais tolerante com gays, diz texto do Vaticano

Relatório é baseado em questionário enviado a dioceses de todo o mundo, que ouviram fiéis sobre temas polêmicos

Bispos se reunirão em outubro para debater documento; papa já expressou compreensão com homossexuais

PHILIP PULLELLA DA REUTERS, NA CIDADE DO VATICANO DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um documento do Vaticano divulgado nesta quinta (26) afirma que a Igreja Católica precisa ser menos severa em seu julgamento dos homossexuais e, embora continue a se opor à união entre pessoas do mesmo sexo, deve acolher filhos de casais gays com igual dignidade.

O relatório de 75 páginas se baseia nas respostas a um questionário de 39 perguntas distribuído a dioceses de todo o mundo. O Vaticano solicitou aos bispos que circulassem amplamente a pesquisa entre os padres das paróquias, e que estes solicitassem as opiniões de seus fiéis.

O texto é preparatório para o sínodo (encontro de bispos) que deve acontecer em outubro no Vaticano para discutir questões de família. Segundo o documento, a igreja, hoje com 1,2 bilhão de fiéis, precisa se tornar menos exclusiva e mais humilde.

Embora o relatório não sinalize mudança imediata na condenação da igreja a atos homossexuais, a linguagem empregada é mais compassiva do que a de declarações anteriores do Vaticano. Fala em "uma atitude respeitosa e menos severa no julgamento dessas uniões".

A frase ecoa as já palavras do papa Francisco sobre os homossexuais, pronunciadas no avião que o transportava do Brasil de volta à Itália, em julho de 2013: "Se alguém é gay, está buscando o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?"

No passado, o Vaticano se referia à homossexualidade como parte de um "mal moral intrínseco". A igreja prega que atos homossexuais são pecaminosos, mas tendências homossexuais não.

O documento aponta que diversos católicos sentiam "certa inquietação diante do desafio de aceitar essas pessoas com espírito misericordioso e ao mesmo tempo se ater aos ensinamentos morais da igreja".

"No entanto, quando pessoas que vivem em uma dessas uniões solicitam o batismo de uma criança, quase todas as respostas enfatizam que a criança deve ser recebida com o mesmo carinho, ternura e cuidado dado a outras crianças", afirma o relatório.

Segundo o documento, uma "vasta maioria" dos católicos considera que "a avaliação moral de métodos contraceptivos é geralmente entendida como uma intrusão na vida íntima do casal e uma restrição ao livre arbítrio".

O texto diz que padres insensíveis, a vida luxuosa de clérigos, o escândalo de abusos sexuais e uma cultura moderna dominada pelos meios de comunicação de massa explicam que um grande número de católicos já não viva sua vida privada de acordo com os ensinamentos da igreja.

Os bispos discutirão o texto em outubro e podem recomendar mudanças nos ensinamentos da igreja, sobre as quais o papa decidirá.

Como Francisco tem uma atitude mais conciliatória, muitos católicos esperam uma possível revisão de temas como a situação de católicos divorciados.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página