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Museu pretende 'apresentar' ilhas Malvinas a argentinos
FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRESApesar de a Argentina pleitear as ilhas Malvinas, poucos argentinos, de fato, conhecem o arquipélago.
Apresentar a região é um dos objetivos de um museu, inaugurado no mês passado em Buenos Aires.
A ideia não é falar sobre a guerra entre o país e o Reino Unido pela posse das ilhas, em 1982, mas mostrar aos portenhos um quadro completo sobre as Malvinas.
"Devido à ocupação britânica, é difícil conhecermos essa parte do nosso território. O museu não é sobre a guerra, mas abarca toda a história", diz Mario Volpe, 59, vice-diretor do Museu das Malvinas e Ilhas do Atlântico Sul.
O museu conta com mesas interativas que apresentam dados das ilhas, que têm cerca de 12 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 35 vezes Ilhabela, no litoral norte de São Paulo.
Uma parte ampla do espaço de dois andares é dedicada a mostrar como a fauna e a flora das Malvinas são semelhantes às da Patagônia --ou seja, como há uma certa unidade entre o território continental e as ilhas.
O museu fica no endereço da antiga Escola da Marinha, onde funcionava um centro clandestino de tortura durante a ditadura (1976-1983).
As Malvinas foram da Argentina entre 1810, data da independência do país, e 1833, quando a Inglaterra as invadiu e tomou posse.
No século 20, a Argentina tentou, por vias diplomáticas, a devolução das ilhas.
Em 1982 a ditadura militar decidiu pela invasão e iniciou uma guerra que durou dois meses e matou 649 argentinos e 255 ingleses.
Hoje, as Malvinas, com cerca de 3.000 habitantes, continuam sob domínio dos britânicos, que as chamam de Falklands.