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Muçulmanos em São Paulo fazem homenagens a Gaza durante festa
Mais importante feriado islâmico fica marcado por vítimas de operação israelense
Foi com tristeza pelo atual conflito na faixa de Gaza que a comunidade muçulmana de São Paulo celebrou, nesta segunda-feira (28), o Eid al-Fitr, a data mais importante do calendário islâmico.
"Neste ano, infelizmente, o nosso feriado não está completo, porque existem irmãos que estão chorando seus mortos; crianças que estão órfãs; pais que perderam os seus filhos", afirmou o xeque Jihad Hammadeh, da União Nacional Islâmica, em uma confraternização na Mesquita Brasil, no Cambuci (centro de São Paulo).
O Eid al-Fitr marca o fim do jejum ocorrido no Ramadã, o mês sagrado em que o profeta Maomé (570-632) recebeu a sua primeira revelação divina. Nesse mês, muçulmanos jejuam e mantêm abstinência sexual desde o amanhecer até o pôr do sol.
Hammadeh disse que a comunidade muçulmana brasileira recebeu com agrado a crítica feita pelo governo ao "uso desproporcional da força" por parte de Israel e que evocou uma reação enérgica por parte do Estado judaico.
"O silêncio, em horas como essa, não é neutralidade, é cumplicidade", completou o xeque, para quem a acusação de que extremistas palestinos usam escudos humanos para elevar o total de mortos entre civis é "totalmente infundada e retórica".
No sermão proferido em árabe a cerca de 2.000 fiéis, o xeque egípcio Abdel Hamid Metwally, o líder religioso da Mesquita Brasil, agradeceu à presidente Dilma Rousseff pela solidariedade demonstrada ao povo palestino.
"A felicidade de hoje está engasgada", disse o professor e cantor de música árabe Mano Marroquino. Para ele, a religião é colocada em um conflito que não é sobre a religião e que "não opõe judeus e muçulmanos".