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Trégua de 3 dias é aceita por Israel e grupo Hamas
EUA e ONU mediaram o acordo humanitário que pausa o conflito
Operação Margem Protetora já é a mais duradoura e mortal feita por Israel na faixa de Gaza desde 2005
Israel e Hamas concordaram em um cessar-fogo humanitário de 72 horas, a partir das 8h locais (2h de Brasília) desta sexta-feira (1º). A trégua, a mais longa desde o início do conflito, há 25 dias, foi recebida com esperança de que seja o prenúncio do fim da guerra em Gaza.
O acordo foi divulgado pelos EUA e pela ONU, em um comunicado conjunto.
O pronunciamento diz que israelenses e palestinos deram garantias de que a trégua seria incondicional e de que mais negociações seriam feitas para chegar a um cessar-fogo duradouro.
"Reconhecendo a chamada da ONU e em consideração à situação da nossa população, as facções de resistência concordaram", diz comunicado do Hamas.
"Contanto que o outro lado acate isso", prossegue.
Mais cedo, na quinta-feira (31), a Casa Branca e a ONU haviam criticado Israel.
O secretário de Imprensa do presidente Barack Obama, Josh Earnest, chamou o ataque israelense a uma escola na faixa de Gaza de "inaceitável" e "indefensável".
A declaração foi a mais forte crítica a Israel feita pelos EUA durante o atual conflito.
O ataque aconteceu na quarta (30) e atingiu uma escola da ONU usada como acampamento por famílias desabrigadas. Ao menos 15 pessoas morreram.
Já a ONU disse que os palestinos estavam perto de "um precipício". O órgão divulgou que 220 mil pessoas estão abrigadas em seus edifícios, e outras 200 mil estão em casas de parentes.
O chefe da UNRWA --agência da ONU para refugiados palestinos--, Pierre Krähenbühl, disse ao Conselho de Segurança da instituição que Israel deve assumir responsabilidade por ajudar os desabrigados, sobretudo diante da informação de que o Exército estava exigindo a evacuação de mais áreas.
Já a conselheira da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, voltou a afirmar que os ataques de Israel pareciam violar as Convenções de Genebra, que determinam as regras dos conflitos armados.
DURAÇÃO
Nesta quinta (31), a operação Margem Protetora se tornou a mais duradoura contra a faixa de Gaza desde que Israel desocupou o território, em 2005. O Exército realizou outras duas operações: uma entre 2008 e 2009, que durou 23 dias, e outra em 2012, durante sete dias.
A atual operação também já é a mais mortal, com ao menos 1.428 palestinos mortos, sendo a maioria deles civil. Do lado de Israel, morreram 56 soldados e três civis.
Na quinta, novos ataques de foguetes do Hamas deixaram duas pessoas feridas na cidade de Kiryat Gat, no sul de Israel.
O governo israelense afirmou reiteradamente que a operação está longe do fim.
Foram convocados mais 16 mil reservistas, totalizando 86 mil. O premiê Binyamin Netanyahu disse que a ofensiva só terminará quando túneis usados pelo Hamas forem neutralizados.