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Morte de negro provoca protestos nos EUA
Após assassinato de Michael Brown, 18, por policial, a cidade de Saint Louis, nos EUA, teve saques e depredações
Caso reacende debate sobre violência racial nos EUA; polícia afirma que oficial se defendeu de agressão do jovem
O assassinato de um jovem negro por um policial num subúrbio de Saint Louis, Estado americano do Missouri, motivou intensos protestos na cidade, com saque de lojas, depredação de carros e confrontos com a polícia, na noite deste domingo (10).
Segundo a polícia, a noite terminou com 32 pessoas presas e dois policiais feridos.
Michael Brown, 18, foi morto a tiros dentro de um carro da polícia, desarmado, no sábado (9). As circunstâncias da morte não estão claras. A polícia diz que o oficial, que não foi identificado, foi agredido pelo jovem, que teria tentado pegar uma arma dentro da viatura.
O policial, com experiência de seis anos, foi posto em licença administrativa.
Na segunda (11), o chefe da polícia local, Jon Belmar, disse que a perícia verificou diversos disparos no corpo. Ele pediu calma à população.
"Eu entendo que o público tem o direito de estar cético", disse. "Mas peço que o público seja sensato, porque leva tempo para fazermos a investigação do jeito certo".
O FBI (polícia federal americana) abriu um inquérito para verificar se houve violação de direitos civis no assassinato de Brown.
O jovem tinha se formado na escola recentemente e planejava entrar em uma faculdade, segundo sua mãe, Lesley McSpadden,
"Vocês tiraram meu filho de mim. Vocês sabem como foi difícil fazê-lo ficar na escola e se formar? Vocês sabem quantos negros se formam? Não muitos", disse Lesley.
No entanto, a família de Brown pediu um fim à violência nos protestos, em depoimento à imprensa local. Eles contrataram o advogado Benjamin Crump, que representou a família de Trayvon Martin, adolescente negro morto por um vigia em 2012.
Nesta segunda (11), centenas de pessoas se reuniram em frente à delegacia de polícia. "Basta de policiais assassinos", gritavam os manifestantes no local.
Dos 53 policiais do subúrbio de Ferguson, onde aconteceu a morte, três são negros. Na população de 21 mil habitantes, a proporção é de dois terços de negros.