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Israel e palestinos estendem cessar-fogo
Novo acordo, previsto para durar cinco dias, começa sob desconfiança mútua, com troca de acusações e ataques
Objetivo é dar mais tempo às negociações para uma trégua permanente, que acontecem no Egito
Israelenses e palestinos concordaram nesta quarta (13) em estender o acordo de cessar-fogo por cinco dias, A nova trégua foi divulgada pouco antes do fim de um acordo anterior, que teve duração de 72 horas.
No entanto, o Exército israelense acusa o Hamas de ter atirado foguetes nesta quarta, enquanto a trégua vigorava. Em resposta, Israel fez ataques aéreos na faixa de Gaza, por ordem do premiê Binyamin Netanyahu.
O Hamas, que não assumiu a autoria dos disparos anteriores, disse que Israel violou a nova trégua logo no início.
"Não houve violação da calma do lado palestino, e ninguém em Gaza ouviu o barulho de foguetes", disse um porta-voz do grupo, Izzat Reshiq, que estava no Egito.
O chefe da delegação palestina de negociação, Azzam al-Ahmad, disse que o objetivo do cessar-fogo é proporcionar um ambiente favorável para o prosseguimento das tratativas de uma trégua permanente, que acontecem no Cairo, no Egito.
"Era preciso mais tempo para discutir alguns aspectos de discordância com Israel, para chegar a um cessar-fogo de longo prazo", disse.
Fontes israelenses dizem que o governo do país concordou em aliviar o bloqueio a Gaza com algumas medidas, como expandir a zona de pesca, facilitar o acesso à Cisjordânia e permitir a entrada de maior quantidade de bens.
Já a discussão sobre a construção de um porto em Gaza --demanda dos palestinos-- deve ser adiada.
Quanto à exigência israelense de desmilitarizar o Hamas, não há acordo previsto.
Pelo telefone, o presidente americano, Barack Obama, disse a Netanyahu que os Estados Unidos apoiam o acordo mediado pelo Egito.
Em nota, o premiê israelense criticou a ONU, pela criação de uma comissão para investigar possíveis crimes de guerra no conflito. "O Conselho de Direitos Humanos da ONU dá legitimidade a grupos terroristas como Hamas e Estado Islâmico", disse.
MAIS MORTES
Seis pessoas morreram em Gaza, nesta quarta, após a explosão de um míssil israelense que estava sendo desativado por uma equipe palestina: um jornalista italiano, seu tradutor local e os quatro técnicos do esquadrão antibomba. Segundo o Ministério do Interior de Gaza, mais de 1.000 mísseis que não explodiram foram neutralizados pelas equipes locais.
Também na quarta, uma garota de 13 anos morreu e outras duas crianças ficaram feridas após a queda de um foguete na cidade egípcia de el-Mattallah, próxima da fronteira com Gaza. Não ficou claro quem foi o responsável.