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A um ano de pleito, oposição argentina vive disputa interna

Coligação composta por sete partidos enfrenta divergências internas, mas pesquisas indicam potencial para vencer o kirchnerismo

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES

Sete partidos de oposição da Argentina se uniram em uma coligação para concorrer à presidência nas eleições de 2015, quando será escolhido o sucessor da presidente Cristina Kirchner.

A ideia é juntar políticos em um só bloco contra o atual governo, mas a um ano das prévias já há desentendimentos e brigas internas entre os pré-candidatos.

A Frente Ampla Unen foi lançada formalmente em abril, em Buenos Aires. Os principais pré-candidatos dessa frente são os deputados Julio Cobos (ex-vice-presidente de Cristina, que rompeu com ela em 2008), o ex-governador do Estado de Santa Fé Hermes Binner e a deputada Elisa Carrió.

A primeira polêmica interna é uma eventual aproximação política com o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri. O presidente da frente, o socialista Fernando "Pino" Solanas, é declaradamente contrário. Durante um encontro político, ele anunciava sua posição quando sua colega Elisa Carrió levantou-se da mesa e foi embora.

"A visão de Carrió sobre a necessidade de um acordo com o PRO [partido de Macri] não foi discutida na mesa nacional da Frente Ampla Unen. A maioria dos líderes dos partidos se manifestou [sobre a aproximação com o prefeito] dizendo que se trata de uma posição pessoal dela. Como disse, eu não compartilho essa visão", afirmou Solanas, por e-mail.

Carrió, de um partido pequeno, a Coalizão Cívica, também protagonizou a segunda polêmica do grupo. Ela afirmou, em entrevista ao diário "Clarín", que precisa ser a candidata porque é a única que iria garantir uma estratégia nas eleições.

Carrió também disse que é a que tem mais intenções de voto, apesar de as pesquisas a colocarem como a terceira na disputa da escolha prévia.

Para a cientista política Maria Matide Ollier, Carrió estava reagindo a um acordo entre os dois pré-candidatos Hermes Binner e Julio Cobos. Eles decidiram entre si que, caso um dos dois for escolhido, irá nomear o outro como chefe de gabinete em um eventual governo.

Outro cientista político, Julio Burdman, afirma que esses desentendimentos são comuns e que chamam a atenção porque uma grande aliança de oposição é um fato raro na Argentina.

"O peronismo e o radicalismo [as forças políticas mais tradicionais no país] costumam absorver outros movimentos dentro deles. Mas a aliança entre vários partidos para disputar uma prévia não tem tantos antecedentes."

HERDAR VOTOS

Nas pesquisas eleitorais entre todos os possíveis pré-candidatos, os da Frente Ampla não aparecem bem colocados. Mas o levantamento só pergunta de um cenário em que todos --Cobos, Binner e Carrió inclusos-- aparecem disputando um contra o outro, o que não acontecerá nas eleições de fato. O vencedor das prévias deve concentrar os votos do eleitorado de oposição ao kirchnerismo.

Se for levada em conta a soma das intenções de voto de todos da coligação, a frente é uma das principais forças políticas para a sucessão de Cristina.

Presidente da coligação, Solanas afirma que, para que haja "um alto grau de retenção", a frente deve ter consensos básicos e um programa compartilhado

As eleições argentinas acontecem em 18 de outubro do ano que vem. Pouco antes, em agosto, acontecem as primárias dentro das coligações. Elas são abertas (ou seja, qualquer um pode votar, não só os filiados aos partidos) e simultâneas --todas as alianças são obrigadas a escolher seus candidatos dessa forma.


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