Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

FBI é questionado sobre o escândalo de diretor da CIA

Congressistas pedem investigação sobre a demora na divulgação do episódio

Caso extraconjugal de Petraeus era conhecido desde julho e só veio à tona após a reeleição do presidente Obama

DE WASHINGTON

Membros do Congresso americano querem investigar por que o FBI (polícia federal dos EUA) levou três meses para comunicar o governo que o diretor da principal agência de inteligência do país, general David Petraeus, manteve um caso extraconjugal que abria riscos de segurança.

Segundo relatos no "New York Times", o FBI descobriu "no final do verão" setentrional -do fim de julho ao de agosto- que Petraeus, 60, manteve durante quase nove meses um caso com sua biógrafa, a tenente-coronel Paula Broadwell, 40.

O presidente da Comissão de Segurança Doméstica da Câmara, Pete King (republicano) chamou o caso de "crise de grandes proporções".

"O assunto deveria ter sido levado ao presidente e ao Conselho de Segurança Nacional", disse em entrevistas ontem. Mais tarde, pediu a investigação do ocorrido, ecoando a colega democrata Dianne Feinstein, à frente da Comissão de Inteligência do Senado.

O general, condecorado por seu trabalho nas guerras do Iraque e do Afeganistão, renunciou à direção da CIA sexta-feira, três dias após a eleição presidencial e dois após membros do governo serem informados sobre o caso.

Na ressaca do noticiário eleitoral, a história envolvendo intriga, sexo, risco de espionagem e um alto oficial militar visto como herói e potencial candidato à Casa Branca capturou as manchetes e a programação de TV.

O episódio tem como vértice uma terceira mulher, Jill Kelley, 37, casada e descrita como amiga da família Petraeus. Kelley foi alvo de ciúmes de Broadwell e de ameaças por e-mail que culminariam na investigação do FBI.

NO ESCURO

O adultério de um dirigente da CIA não é crime, mas é considerado um problema de segurança por tornar o envolvido vulnerável a chantagem e alimentar dúvidas sobre vazamentos de informações.

Segundo o FBI, que investigou a correspondência eletrônica de Broadwell após Kelley relatar as ameaças, os e-mails da biógrafa continham dados sigilosos, mas nenhuma informação secreta nem relevante sobre as operações de inteligência.

O caso evocou a memória do polêmico diretor do FBI J. Edgard Hoover (1895-1972), que coletava informações sobre a vida sexual de desafetos para usá-las politicamente, e reavivou o histórico de rivalidade entre as agências.

O FBI negou que a demora da revelação tenha se devido à eleição presidencial ou ao status de Petraeus e alegou que a investigação era delicada e, portanto, levou tempo para ser considerada sólida.

A renúncia de Petraeus deixa em aberto quando será o depoimento do general sobre o papel da CIA nas falhas da segurança americana na Líbia, que culminaram no assassinato do embaixador Chris Stevens em setembro.

O testemunho ao Congresso, sigiloso, estava marcado para esta semana. Deputados e senadores afirmaram que insistirão na audiência e que querem saber se Broadwell teve acesso a informações secretas. (LUCIANA COELHO)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página