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Israel mata líder do Hamas e ataca Gaza

Premiê israelense diz que operação foi 'mensagem' e será 'expandida"; convocação de reservistas indica ação por terra

Ao menos outros oito morreram numa série de 30 ataques; grupo islâmico vê 'declaração de guerra' em execução

Mahmud Hams/AFP
Palestinos tentam extinguir o fogo no carro que transportava o líder do Hamas Ahmed Jabari, alvo de um ataque aéreo
Palestinos tentam extinguir o fogo no carro que transportava o líder do Hamas Ahmed Jabari, alvo de um ataque aéreo
MARCELO NINIO DE JERUSALÉM

Um ataque aéreo israelense matou ontem o comandante militar do grupo palestino Hamas, deflagrando a maior ofensiva na faixa de Gaza desde a guerra de 2009.

Ahmed Jabari, 52, foi atingido por um míssil quando circulava de carro na rua principal da cidade de Gaza. Um assessor que estava com ele também morreu.

Após a morte de Jabari, Israel lançou ataques a vários pontos de Gaza, atingindo outros líderes do Hamas e alvos como depósitos de armas, segundo o Exército, que ameaçou ampliar a ofensiva.

Horas depois do primeiro míssil, o Exército iniciou o recrutamento de reservistas, indicando que também considera uma ação por terra.

O movimento islâmico Hamas, que controla Gaza desde 2007, prometeu vingança. "Israel abriu as portas do inferno", disse o grupo num comunicado. Para Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas, a execução de Jabari é "uma declaração de guerra".

Considerado por Israel o chefe do Estado-Maior do Hamas, Jabari era a figura mais dominante de Gaza, e sua morte é um duro golpe para o grupo islâmico. No comando do Ezedin al Qasam, o braço armado do Hamas, muitas vezes mandava mais que a liderança política do grupo.

Foi ele que deu as cartas no lado palestino da negociação que resultou na troca do soldado israelense Gilad Shalit por mais de mil prisioneiros, no ano passado.

No entardecer, o horizonte alaranjado de Gaza era uma sucessão de focos de incêndio e fumaça, demarcando os mais de 30 ataques israelenses em poucas horas.

Ao todo, pelo menos nove palestinos foram mortos. Segundo a agência de notícias palestina Maan, duas crianças morreram nos ataques.

Moradores de Gaza contaram à Folha que a sensação era semelhante ao início da operação Chumbo Fundido, a ofensiva israelense de 2009 contra o Hamas que deixou mais de mil mortos.

"Ouvimos muitas explosões. Com medo de uma guerra longa, todos correram para os mercados para se abastecer", disse, por telefone, o arquiteto Mohamed Alqarra.

O Exército israelense anunciou que entre os alvos atingidos estão mísseis de médio alcance, capazes de chegar até Tel Aviv.

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, indicou que os ataques de ontem são só o começo. "Mandamos uma mensagem clara ao Hamas e a outras organizações terroristas", disse. "Se necessário, estamos preparados para expandir a operação. Não vamos tolerar uma situação em que cidadãos israelenses são alvo de foguetes."

Em plena campanha para a reeleição de janeiro, Netanyahu ganha pontos com o público israelense ao tirar de cena o principal líder do Hamas. "Jabari é o Bin Laden de Netanyahu", comparou Avi Benayahu, ex-porta-voz do Exército israelense.

O Hamas respondeu disparando ontem dezenas de foguetes ontem contra o sul de Israel, sem deixar vítimas. Segundo o Exército, 25 foram interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro.

A ofensiva de Israel complica ainda mais sua relação com o Egito, cujo governo da Irmandade Muçulmana é aliado natural do Hamas.

Em protesto, o Egito convocou de volta seu embaixador em Tel Aviv e pediu reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. A reunião foi marcada para a 0h de hoje (horário de Brasília) e não havia começado até a conclusão desta edição.


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