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Previsão de avanço do mundo é reduzida a 3,4% no ano que vem

Em relatório sombrio, OCDE diz que crise europeia pode empurrar o planeta para a recessão

'Abismo fiscal' nos EUA, que pode levar a enorme corte de gastos e elevação de impostos, também é ameaça

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou as previsões do crescimento mundial em 2013 de 4,2% para 3,4% e advertiu que a crise europeia e o "abismo fiscal" nos EUA podem empurrar o mundo para a recessão.

O "abismo" é uma combinação de aumentos de impostos e corte de gastos que entra em vigor em janeiro, a menos que haja um acordo político no Congresso.

Em seu sombrio relatório divulgado ontem, a organização baseada em Paris, que reúne 34 nações ricas, adverte que os países devem evitar excesso de austeridade fiscal no curto prazo e que a política monetária deveria ser afrouxada em vários países (o Brasil é uma das exceções).

As projeções de crescimento mundial deste ano também foram revisadas para baixo, de 3,4% para 2,9%.

"Se a crise da zona do euro se intensificar significativamente, a economia mundial pode mergulhar em profunda recessão e deflação, com enorme alta no desemprego", disse no relatório Pier Carlo Padoan, economista-chefe da OCDE. "Não podemos excluir o risco de uma nova e grande contração."

As previsões para a União Europeia são bastante negativas: vai continuar em recessão por dois anos, contraindo-se 0,4% neste ano e 0,1% no ano que vem. Apenas em 2014 a UE voltaria a crescer, com avanço de 1,3% do PIB.

A Grécia tem o pior prognóstico: em 2012, a OCDE prevê que o PIB grego vai recuar 6,3%. No ano que vem, a economia do país deve encolher 4,5%; em 2014, 1,3%.

"A economia mundial está longe de estar fora de perigo", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. "Os governos precisam agir de forma decisiva, usando todos os instrumentos de que dispõem, para aumentar a confiança e estimular empregos e crescimento, nos EUA, na UE e em outros lugares."

A OCDE aconselha a UE a superar o impasse em relação à criação de uma única autoridade de supervisão bancária na região. A entidade afirma também que o Banco Central Europeu (BCE) teria espaço para cortar a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual. E insta a Alemanha e a China a adotarem pacotes temporários de estímulo.

A Alemanha tem resistido à adoção de medidas de liquidez pelo BCE, apontando para o perigo inflacionário. O relatório afirma que os temores em relação a uma possível escalada inflacionária são "equivocados".

"Temos uma perspectiva cada vez mais nebulosa, e garantir a sobrevivência do euro será uma tarefa árdua", diz Otto Nogami, professor de economia do Insper.

Nos EUA, caso os legisladores não cheguem a um acordo para evitar o abismo fiscal, o país corre o risco de mergulhar em nova recessão. Se o abismo fiscal for driblado, os EUA devem crescer 2% no ano que vem -a previsão anterior era de 2,6%.

Segundo o relatório da OCDE, a recuperação mundial empacou no último ano.

"As fragilidades já aparentes em 2011 se acentuaram por causa do aprofundamento da recessão da zona do euro e da desaceleração em muitos países emergentes, que sofreram contaminação da crise europeia."


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