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Assassinato de três ativistas em Paris pode inflamar questão curda

Uma vítima é fundadora do PKK, que luta por Estado no Oriente Médio; Turquia é acusada, mas nega

Conflito com curdos na Turquia matou 40 mil; crime na França pode ser 'acerto de contas' do PKK, diz premiê turco

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A polícia de Paris encontrou na madrugada de ontem os corpos de três ativistas curdas, mortas com tiros na cabeça, dentro de uma sala do Centro de Informação do Curdistão na capital francesa.

O crime pode inflamar ainda mais a já tensa situação dos curdos, que há décadas lutam politica e militarmente pela criação de um Estado próprio no Oriente Médio.

Uma das mortas, Sakine Cansiz, está entre os fundadores do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), visto como terrorista por Turquia, EUA e União Europeia.

Cansiz, que chegou a ser presa por participar de ações armadas, era a representante do PKK para assuntos civis na Europa. As outras duas vítimas são Fidan Dogan, que trabalhava no centro, e Leyla Soylemez, militante que estava de passagem pela cidade.

Os curdos -cerca de 40 milhões hoje- são um grupo étnico não árabe, considerado o maior sem Estado no mundo. Vivem numa área de 530 mil quilômetros quadrados que abrange vários países do Oriente Médio.

Desde 1984, o PKK está envolvido em confrontos com as forças de países como a Turquia e o Iraque. Estima-se que o conflito com os curdos na região sudeste da Turquia tenha deixado 40 mil mortos nos seus quase 30 anos.

Ainda ontem, centenas de ativistas curdos se reuniram para protestar em Paris, acusando a Turquia pelo triplo assassinato. O governo turco condenou as mortes.

"Pode ser um acerto de contas interno", disse o premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. "Estamos comprometidos na luta contra o terrorismo e queremos progredir, mas há pessoas que não desejam isso", completou.

Recentemente, a Turquia anunciou a retomada de negociações com o líder militar curdo Abdullah Ocalan, que está preso numa ilha perto de Istambul há quase 14 anos.

Alguns analistas acreditam que as conversas entre Ocalan e o governo turco enfureceram os setores mais linha-dura do PKK, o que reforçaria a hipótese do "acerto de contas interno" do partido.

"Cansiz era uma figura histórica. É difícil imaginar que ela tenha sido morta por um grupo curdo", contesta Franck Cecen, advogado de origem curda que vive em Paris.

A polícia francesa não divulgou o nome de nenhum suspeito. "Investigaremos até o fim esse ato intolerável", declarou o ministro francês do Interior, Manuel Valls.


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