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EUA estudam ação contra agência que baixou sua nota

S&P é acusada de ter contribuído com crise econômica ao fraudar classificação

Ação seria a primeira medida do governo americano na Justiça contra uma agência de classificação de risco

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

O Departamento da Justiça dos EUA pretende processar a agência de avaliação de crédito Standard & Poor's, a qual acusa de ter fraudado a nota de títulos de dívida de má qualidade e ajudado, assim, a criar a bolha financeira que culminou na crise de 2008.

A notícia foi repassada por pessoas familiarizadas com a ação civil aos jornais "New York Timesº" e "Wall Street Journal" e à agência Reuters.

A S&P é a mesma agência que reduziu a nota dos EUA pela primeira vez na história em 2011, após o impasse sobre o limite de endividamento federal, e pôs em xeque a credibilidade do país.

O processo seria a primeira medida do governo americano na Justiça contra uma agência de classificação de risco por causa de um comportamento supostamente ilegal na crise.

O papel de outras agências -que, na prática validaram títulos podres- também foi questionado, mas só a S&P é alvo de ação legal.

A agência confirmou ter sido notificada sobre o processo (segundo o "Times", havia um acordo em negociação).

Em um comunicado em seu website, porém, a S&P afirma que a ameaça de processo "não tem mérito legal" e é "injustificada", prometendo uma defesa "vigorosa".

"[Um processo] desconsideraria fatores cruciais, como o fato de a S&P ter feito a mesma avaliação dos títulos hipotecários 'subprime' que o resto do mercado -a mesma, inclusive, de autoridades do governo dos EUA que em 2007 afirmaram publicamente que o problema das 'subprime' estava aparentemente contido", diz o texto.

O chamado mercado "subprime" lidava com derivativos lastreados em hipotecas consideradas de segunda linha (daí o "sub"), normalmente vendidos a clientes sem crédito e, muitas vezes, sem informação.

O estouro desse mercado detonou um efeito-dominó financeiro na economia dos EUA, com consequências que perduram até hoje.

A agência admite em seu comunicado que errou, embora alegue ter agido de boa fé, e diz ter tomado medidas para evitar mais falhas.

Após a notícia ter sido divulgada, as ações da McGraw-Hill, dona da S&P e de um lucro de US$ 911 milhões em 2012, caíram 14%.


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