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EUA criam medalha que servirá para premiar operador de drone
Estima-se que robôs aéreos tenham matado 800 civis em 8 anos
Em um de seus últimos atos no cargo, o secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, criou uma medalha que servirá para condecorar os operadores de drones (robôs aéreos, não tripulados, que atiram mísseis).
O uso de drones contra o terrorismo em países como Iêmen, Paquistão e Afeganistão é um dos pontos mais polêmicos da política externa de Barack Obama. Estima-se que os ataques de drones tenham matado 800 civis entre 2004 e 2012; a ONU abriu investigação sobre o assunto.
Segundo o Departamento de Defesa, a nova condecoração, cujo nome oficial é Medalha Especial de Guerra, será concedida a militares que participem de operações de combate "e podem não estar no mesmo continente em que a ação é realizada" -o que descreve a ação à distância dos operadores de drones.
Será a única medalha de combate das Forças Armadas dos EUA que não requer que o militar esteja, fisicamente, na área onde se dá a guerra.
A criação da medalha, diz o site do Pentágono, reflete o reconhecimento das mudanças na tecnologia de batalha: "No passado, pouquíssimos militares fora da área de combate podiam agir afetando diretamente as operações".
"Tendo visto o grande trabalho que essas pessoas fazem, sempre achei que ele merecia ser reconhecido -e, infelizmente, as medalhas a que elas faziam jus não reconheciam esse tipo de contribuição", afirmou Panetta durante cerimônia no Pentágono, na última quarta-feira.
Entre as primeiras entidades a criticar a medida estão associações de veteranos de guerra dos EUA, que condenam a outorga de medalhas a quem não tenha corrido risco físico durante combates.
"Discordamos totalmente do Pentágono", declarou John Hamilton, da Associação de Veteranos de Guerras no Exterior, em comunicado.