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Jornal susta reportagens sobre tráfico no México

Não há segurança para a profissão, diz veículo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um jornal do Estado de Coahuila, que fica no norte do México e faz fronteira com os EUA, anunciou ontem que não publicará mais reportagens relacionadas a cartéis de drogas. O motivo seria a falta de segurança para o "exercício pleno do jornalismo".

"Em razão de não existirem garantias (...), o Conselho Editorial dos jornais 'Zócalo' decidiu, a partir desta data, abster-se de publicar toda informação relacionada ao crime organizado", afirmou o editorial, publicado na capa da versão do jornal na internet.

"Nosso compromisso é redobrar esforços para melhorar a qualidade da informação e manter a objetividade e a imparcialidade. A decisão (...) baseia-se em nossa responsabilidade de zelar pela integridade e pela segurança de mais de mil trabalhadores e suas famílias", prossegue o texto.

O "Zócalo" decidiu adotar a medida depois que, na semana passada, foi encontrada uma faixa ameaçando represálias contra o diretor do jornal -a utilização de faixas para que os cartéis de drogas mandem "recados" a seus alvos é frequente no México.

Suspeita-se que o signatário da faixa, "42", seja um dos principais membros dos Zetas, cartel de drogas suspeito de envolvimento nas mortes de centenas de civis e integrantes de gangues rivais.

Outros jornais do norte mexicano, região com largas áreas sob o domínio dos cartéis, tomaram a mesma decisão de autocensurar notícias sobre os crimes do tráfico, explícita ou implicitamente.

40 MIL MORTES

A Associação Inter-Americana de Imprensa estima que 127 jornalistas tenham sido atacados no México nos últimos 12 anos. Segundo outra entidade da categoria, a Federação Internacional de Jornalistas, dez profissionais morreram no país em 2012.

O número de mortes em crimes relacionados ao tráfico no México cresceu exponencialmente desde que, em 2006, o governo do então presidente do país, Felipe Calderón, deu início a uma guerra contra os cartéis.

Estes responderam cometendo crimes bárbaros, de decapitações a assassinatos coletivos. Estima-se que mais de 40 mil pessoas tenham morrido no país desde 2006.

Acabar com a violência ligada ao narcotráfico foi uma das principais promessas de campanha de Enrique Peña Nieto, que assumiu a Presidência no final de 2012.


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