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New York Times

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Empresas evitam cola em exames on-line

Estudantes são monitorados por bedéis remotos

Por ANNE EISENBERG

Milhões de estudantes em todo o mundo se matricularam, no ano passado, em cursos abertos on-line -aulas gratuitas na web dadas por professores de universidades como Harvard e Duke e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Mas, quando esses estudantes fizerem o exame final, como seus professores poderão saber se os alunos em seus laptops estarão fazendo seu próprio trabalho, não pedindo ajuda ao Google?

A questão da "cola" on-line preocupa muitos educadores, especialmente porque um número crescente de estudantes faz cursos à distância para ter créditos na faculdade. Cinco cursos do Coursera, um grande fornecedor de educação remota, já oferecem a possibilidade de crédito, e muitos outros são esperados.

Uma opção é que os alunos viajem para centros de testes regionais na época do exame. Mas chegar a esses centros é difícil para muitos estudantes, sejam eles adultos que trabalham ou pessoas que moram em locais distantes.

Hoje, no entanto, algumas tecnologias já podem rastrear remotamente cada clique no mouse e toque no teclado dos alunos que fazem exames. Esquadrões de seres humanos em computadores podem monitorar estudantes longínquos por webcams, compartilhamentos de tela e conexões de internet de alta velocidade. Eles verificam a identidade dos alunos por meio de fotos, de assinaturas e até do estilo de digitalização para ter certeza de que o examinado é quem se matriculou no curso.

A tecnologia de bedel remoto pode acabar sendo tão boa quanto ou até melhor que um bedel de universidades físicas, disse Douglas H. Fisher, professor de ciência da computação na Universidade Vanderbilt, no Tennessee.

Funcionários da ProctorU, empresa que oferece bedéis remotos, observam os examinados pelo compartilhamento de tela e filmagens de webcams em escritórios no Alabama e na Califórnia. A ProctorU recentemente assinou um contrato para monitorar novos exames que dão créditos do Coursera, incluindo os de um curso de genética e evolução oferecido na Universidade Duke.

Os alunos de ensino à distância que quiserem obter créditos terão de pagar uma taxa de bedel remoto de US$ 60 a US$ 90, disse o doutor Andrew Ng, cofundador do Coursera, sediado em Mountain View, na Califórnia.

Outros serviços de monitoramento remoto oferecem soluções diferentes. Na Software Secure, em Newton, no Massachusetts, os examinados são gravados por câmeras e depois três bedéis assistem independentemente a um vídeo de cada aluno em velocidade acelerada.

Cada bedel da ProctorU pode monitorar até seis estudantes por vez, assistindo a três filmagens em cada uma de duas telas. Se os olhos de um aluno começam a vagar, o bedel faz uma advertência por um software de videoconferência, exatamente como um monitor em classe poderia dizer aos estudantes para manter seus olhos em seus próprios exames. "Para a maioria das pessoas essa advertência basta", disse Jarrod Morgan, cofundador da empresa.

"A cola geralmente não é um problema", disse. Mas, quando ela ocorre, a ProctorU segue as regras da instituição que dá o exame. "Algumas escolas nos pedem para encerrar o exame imediatamente se houver algum incidente suspeito", disse. "Outras pedem que o exame continue e o incidente seja relatado."

Os cursos on-line mais antigos geralmente não tinham de lidar com uma vigilância de exames na escala exigida para os grandes cursos. A Universidade da Flórida em Gainesville, por exemplo, há muito tempo oferece programas para alunos que moram muito longe do campus, e parte da monitoração é feita pela ProctorU, disse W. Andrew McCollough, reitor-associado de ensino e tecnologia.

Os professores, disse McCollough, temem quanto à integridade acadêmica. "Mas, conforme obtemos mais experiência e evidências, os docentes estão se familiarizando com as maneiras pelas quais a tecnologia pode replicar a experiência de uma sala de aula."


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