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Mural "público" de Bansky vai a leilão

Por MELENA RYZIK

Encoberto pela noite, em 2008, o artista britânico Banksy pintou com estêncil um mural na parede de um posto de gasolina em Los Angeles: a silhueta de uma garota segurando um cesto de flores e olhando para uma câmera de segurança acima.

Há nove meses, aquele pedaço de muro de 2,70 por 2,40 metros e pesando 2.300 quilos foi removido. Em dezembro, a Julien's Auctions, de Beverly Hills, na Califórnia, vai oferecer a leilão "Flower Girl", a primeira obra de arte de rua de Banksy a ser vendida nos EUA, segundo os leiloeiros.

Eytan Rosenberg, 44, e sua família eram proprietários do posto de gasolina. Ele foi procurado em 2008 por um cliente habitual que pediu permissão para que um amigo pintasse a parede. "Eu acho que ele veio às 4 da manhã", disse Rosenberg.

Uma peça semelhante em um lava jato vizinho, "Garden Girl", mostra uma menina com um regador olhando para um caule do qual brota uma antena. Essa obra permanece.

Depois que o pai de Rosenberg morreu, em 2009, ele e sua família decidiram vender a empresa. Uma franquia Chevron a comprou em 2012. "Eu disse: 'Vendo o ponto, mas vou levar o Banksy'."

Assim, gastou cerca de US$ 80 mil para retirar "Flower Girl". Mais tarde, decidiu separar-se dela. "É uma peça grande, e não sou um colecionador de arte. Realmente não sei o que fazer com a obra", disse. A estimativa máxima para o Banksy é de US$ 300 mil, mas há indícios de que a obra poderá alcançar muito mais.

Recentemente, "Slave Labour", mural de Banksy atrás de uma loja em Londres, foi vendido em um leilão privado nessa cidade por US$ 1,1 milhão. A obra mostrava um menino descalço ajoelhado sobre uma máquina de costura. O mural, erguido em maio de 2012, tornou-se uma atração turística.

Então "Slave Labour" surgiu em uma lista on-line de uma casa de leilões em Miami, mas a venda foi suspensa após protestos de fãs, que afirmaram que obras públicas não se destinam ao consumo privado. Ela foi vendida afinal em Londres pelos donos do edifício. Na cidade inglesa de Torquay, outra peça mural de Banksy foi recentemente coberta para proteção.

A propriedade da arte de rua tem sido um tema debatido no mundo da arte. Muitos artistas de rua esperam que sua obra com o tempo desbote ou seja coberta por pintura. Mas, conforme o gênero ganhou estatura e valor, inspirando exposições em museus e obtendo preços estratosféricos, donos de propriedades estão vendo lucros em alguns tijolos.

Banksy, por sua vez, que zombou da ascensão da cultura da arte de rua em seu documentário indicado ao Oscar "Exit Through the Gift Shop", sempre diferenciou entre murais públicos e obras para colecionadores.

"A arte do grafite já tinha uma vida bastante difícil", disse Banksy, "mesmo antes dos diretores de fundos de investimentos quererem cortá-la e pendurá-la sobre a lareira. Em nome de manter toda a arte de rua no lugar a que pertence, eu incentivaria as pessoas a não comprar nada de ninguém, a menos que tenha sido algo criado originalmente para venda."


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