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New York Times

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Vizinhos de parques reclamam de festas

Brigas, barulho e lixo incomodam alguns moradores

POR GINIA BELLAFANTE

Há vários anos, uma festa ruidosa se desenrola nas noites de sábado em um estacionamento na altura das ruas 140 Oeste em Riverside Park, em Nova York, irritando os moradores.

No último mês, visitas ao Riverside Park -que acompanha o rio Hudson na zona oeste de Manhattan- e aos parques da Ponte do Brooklyn, Prospect e Flushing Meadows-Corona mostraram as consequências de farras no fim de semana semelhantes à bagunça que se poderia esperar de uma enorme festa universitária.

Mesmo em uma manhã de segunda-feira em Riverside, depois que os funcionários da manutenção do Departamento de Parques já haviam limpado por mais de quatro horas, detritos cobriam o chão ao longo de quarteirões, formando pilhas: grelhas descartadas, carvão, garrafas, um bolo esmagado. O mais preocupante, segundo uma trabalhadora, foi que ela encontrou poças de sangue, que atribuiu às brigas após horas de bebedeira.

Nas últimas semanas, um grupo de moradores do bairro, cansados do que consideram ações negligentes da polícia e do Departamento de Parques, fez circular uma petição e uma carta dirigida às autoridades municipais, salientando os vários comportamentos inadequados que ocorrem em Riverside. Eles incluíam o consumo e a venda de drogas e álcool, o descarte de brasas ainda quentes em montes de folhas ou no rio, o abandono de crianças que brincam por conta própria enquanto seus pais bebem, sem lhes dar atenção, e a instalação de sistemas de alto-falante enormes, em um volume que os moradores consideram ser níveis perigosos de decibéis.

"Nossas vidas são interrompidas e se tornam insuportáveis por uma barulheira incessante de aparelhos de som, pessoas bêbadas e brigas", dizia a carta.

Desde o final de maio, dois policiais foram destacados para a parte norte do Riverside Park, de quarta-feira a domingo das 13h às 21h, segundo o vereador Mark Levine. "Mas claramente não é suficiente", acrescentou ele.

Enquanto o número de intimações para ir ao tribunal emitidas em maio e junho mostrou um aumento em relação ao mesmo período do ano passado, somente uma foi emitida por colocação de lixo.

Levine atribui o problema em parte à falta de pessoal entre os patrulheiros do Departamento de Parques, que de outro modo estariam emitindo intimações e evitando a bagunça.

O Departamento de Parques diz que trabalha "com o Departamento de Polícia de Nova York para garantir uma presença forte em todos os parques", que "é extremamente difícil reprimir a sujeira com intimações" e que distribuir folhetos e sacos de lixo e organizar iniciativas de voluntários nos parques são as maneiras mais eficientes de manter a ordem.

Em um fim de semana recente, voluntários se reuniram para limpar o Parque Flushing Meadows-Corona. Mas, na segunda-feira, à margem do lago perto da Via Expressa Van Wyck, onde estão montadas churrasqueiras, o gramado estava cheio de comida, garrafas, uma mesa descartada e pelo menos uma fralda suja. A tática do Departamento de Parques não pareceu funcionar, e não havia funcionários à vista.

As discussões sobre os parques inevitavelmente levam a questões complexas sobre raça e classe. Os parques da Ponte do Brooklyn e Prospect, com seus financiamentos independentes e periferias de imóveis de alto preço, estão basicamente imaculados nas manhãs de segunda.

Heasook Rhee, que coletou assinaturas para a petição do Riverside Park, é professora na Escola de Música de Manhattan e mora na Riverside Drive há 13 anos.

Ela diz que as crianças de seu prédio são incomodadas pela confusão no fim de semana e não conseguem fazer a lição de casa. Quando ela e outros protestaram pela falta de policiamento no parque, antigos moradores lhes disseram que elas basicamente não entendiam "a cultura".

Gillian Rogers, outra moradora, disse que, durante a confusão em um fim de semana, ela se aproximou de um policial que parecia não fazer nada para conter a loucura. Ela lembrou que ele disse: "Se eu fizesse qualquer coisa lá, haveria uma revolução".


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