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New York Times

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Impressão em 3D entra no mundo da joalheria

Por VICTORIA GOMELSKY

LAS VEGAS - A máquina Mlab, exposta numa feira de joalheria que aconteceu recentemente em Las Vegas, proporciona um vislumbre de alquimia moderna.

A máquina projeta um laser altamente focado sobre uma chapa de pó metálico atomizado e, ao longo de 24 horas, desenvolve uma seleção de anéis de ouro, numa forma de impressão tridimensional conhecida como manufatura aditiva.

Diferentemente dos métodos tradicionais ditos subtrativos de cortar e perfurar o metal, o que a máquina (que custa US$ 289 mil) faz é deitar camadas sucessivas de metal pulverizado, nas quais um raio laser derrete um corte desenhado do formato desejado, construindo o objeto segundo instruções importadas num arquivo CAD (desenho auxiliado por computador).

"Até agora, as pessoas criavam coisas que podiam ser extraídas de um molde de borracha", explicou Frank Cooper, gerente técnico do centro de inovação no setor de joalheria da Universidade Birmingham City, no Reino Unido. "Com esta tecnologia é possível ignorar todas aquelas regras."

"As máquinas de derretimento a laser permitem que os designers criem formas complexas que não poderiam criar de nenhuma outra maneira", disse Eddie Bell, diretor da Rio Grande, empresa de Albuquerque, no Novo México, que fabrica equipamentos para joalheria.

Fãs do novo processo dizem que ele permite evitar dois problemas comuns nos métodos tradicionais de moldagem de joias: virtualmente não há desperdício, e as joias prontas não têm porosidade. Além disso, para eles, o processo facilita a customização: é possível fabricar uma joia única literalmente de um dia para outro.

A impressão tridimensional é o avanço mais recente numa revolução tecnológica que começou há cerca de uma década, quando surgiram os primeiros softwares CAD específicos para joalheria.

Em 2009, quando a crise financeira deixou milhões de dólares de estoque parados em vitrines de joalherias dos Estados Unidos, a capacidade de criar joias feitas a pedido conferiu uma vantagem competitiva aos joalheiros que trabalhavam com CAD. Ao invés de comprometer seus recursos com mercadorias caras --encarecidas ainda mais pela alta do preço do ouro--, muitos varejistas começaram a expor protótipos feitos de materiais de base pouco caros que podiam ser customizados com a ajuda do CAD e manufaturados em materiais preciosos pelos joalheiros.

"O joalheiro não precisa pagar pela joia, e o fabricante não precisa fabricar a joia a não ser que já tenha um pedido", explicou Peggy Jo Donahue, da organização Joalheiros Manufatureiros e Fornecedores da América. "Agora não é mais preciso adivinhar o que as pessoas vão querer."

Empresas de design jovens e ousadas, como a Nervous System, de Somerville, em Massachusetts, ou a Kraftwurx, de Houston, já estão usando a impressão tridimensional para oferecer customização em massa on-line.

Em seus sites, os consumidores podem criar suas próprias joias em impressão 3D, em materiais como náilon preto, acrílico e prata de lei.

Mas a maioria dos joalheiros de alto padrão prefere falar em trabalho artesanal à moda antiga.

"Veja o caso de JAR", disse Rahul Kadakia, diretor do departamento de joalheria para as Américas do Norte e do Sul da casa Christie's, aludindo a Joel Arthur Rosenthal, considerado por muitos o melhor joalheiro da atualidade. "O trabalho dele ainda é feito inteiramente à mão, porque há o prestígio, o aspecto romântico e o mistério de saber que alguém pode passar meses trabalhando sobre essa joia."


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