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New York Times

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Museu reúne letreiros de neon de Las Vegas

Placas mostram design desenvolvido para a cidade

POR TIMOTHY PRATT

LAS VEGAS - Brian Leming, desenhista de letreiros de neon aposentado, observava os 150 pedaços de metal e vidro brilhantes que o cercavam. Ele participava de um evento de gala antes da abertura pública do Museu do Neon, em Las Vegas.

Inaugurado no mês passado, depois de 15 anos de esforços, esse museu com luminosos que datam dos anos 1930 a 1990, que estão dispostos em uma espécie de labirinto, será cada vez mais considerado uma instituição com valor histórico, artístico e arquitetônico.

Leming, 72, lembrou de uma reunião de projeto para o Hotel-Cassino Stardust, então dirigido por Frank "Lefty" Rosenthal, "bookmaker" (dono de banca de apostas) e chefão de Las Vegas. "Estávamos sentados ao redor de uma mesa discutindo o tom certo de vermelho", disse. "E eu pensava: 'Meu Deus, eles estão discutindo o tom de vermelho com Frank Rosenthal!'."

Leming é um artesão de uma era passada, quando as pessoas aqueciam e dobravam tubos de vidro, os enchiam com gases neônio e argônio, cortavam e moldavam metal e fibra de vidro e então os erguiam sobre prédios e acima das ruas.

O museu já atraía 20 mil visitantes por ano (só com hora marcada) e sessões de fotos e cinema mesmo antes de abrir as portas oficialmente.

Bill Marion, presidente do conselho do museu, disse que ele fará as pessoas perceberem que Las Vegas teve um impacto cultural significativo no mundo todo.

Durante 20 anos, Leming tentou angariar apoiadores para preservar os luminosos de prédios que seriam demolidos em Las Vegas.

Por muito tempo, essas placas ficaram em um terreno baldio. No entanto, em 2005, um prédio com telhado em forma de concha, o La Concha Motel, foi doado para o museu. O saguão dos anos 1960, desenhado por Paul Revere Williams, se tornaria o centro de visitantes do museu.

Cortar o edifício em oito pedaços, transportá-los por seis quilômetros ao norte e remontá-los custou US$ 1,2 milhão. Acrescentar à construção escritórios, banheiros e um deque externo custou mais US$ 1,6 milhão.

Quando um lugar recebe tantos visitantes quanto Las Vegas -41,5 milhões de passageiros estiveram no Aeroporto Internacional McCarran no ano passado-, isso pode significar muitas histórias.

Marion lembra de dois visitantes, um venezuelano e sua irmã, que choraram diante da placa do Stardust. Seus pais haviam se casado no hotel, mas nunca voltaram ao local. Os irmãos tinham crescido vendo a foto dos noivos em frente ao luminoso na parede de casa.

Em um passeio recente, Justin Favela, coordenador do programa, parou diante de um H gigante. "Ele veio do cassino Horseshoe, propriedade de Benny Binion, que pode ou não ter matado alguém", diz. "Quando eu fiz o passeio com o filho de Binion, Jack, ele disse: 'Não precisa adoçar as coisas'."

Danielle Kelly, a diretora do museu, disse que o valor das placas vai além das memórias pessoais, mostrando um "design que aconteceu aqui e só poderia ter acontecido aqui". Lá, tipografias foram criadas e se tornaram amplamente usadas, como as letras Atomic Age das primeiras placas do Stardust, que foi demolido em 2007. "Tudo isso foi desenvolvido em uma chamada terra de ninguém cultural", disse.


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