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New York Times

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Hillary deve fazer suas escolhas visando 2016

Por JODI KANTOR

Você é uma das mulheres mais famosas do mundo e está desempregada pela primeira vez em décadas. Você gostaria de ganhar dinheiro, mas não quer descartar uma candidatura presidencial. O que você faz então?

Assessores e amigos dizem que os planos de Hillary Rodham Clinton são mais ou menos os seguintes: deixar o Departamento de Estado logo depois de 21 de janeiro, quando começa o segundo mandato do presidente Barack Obama, e então isolar-se para refletir sobre o que ela deseja fazer nos próximos anos.

Por enquanto, Hillary parece uma figura com possibilidades quase ilimitadas. Mas ela pode descobrir que sua liberdade acarreta uma enorme restrição. Quanto mais a sério ela levar o projeto para 2016, menos poderá fazer -nada de autobiografia sincera e nada de clientes, encargos ou posições que possam se revelar problemáticos. Todas as decisões podem acabar condicionadas à maior de todas, sobre uma nova tentativa de chegar à Casa Branca em 2016.

Ainda assim, Hillary tem algumas decisões imediatas a tomar, como:

¶ Será conveniente associar-se ao marido novamente?

Em meados deste ano, Bill Clinton manifestou dúvidas sobre a participação da esposa na fundação que leva seu nome. "Ela tem de decidir o que for melhor para ela", afirmou. "Deve ser melhor para ela, e ela deve ter um grande impacto se tiver uma operação separada."

Hillary poderia fazer uma experiência lá. Ela pouparia o tempo, o dinheiro e os esforços necessários para criar sua própria instituição -a qual poderia ser dissolvida se ela concorrer em 2016.

¶ Ela deve fazer o que deseja ou o que é mais sensato politicamente?

De todas as questões com as quais Hillary trabalha, a que mais lhe fala ao coração é a melhoria da situação de mulheres e de meninas no mundo. Como primeira-dama do Estado de Arkansas, ela chamou Muhammad Yunus, depois ganhador do Nobel da Paz, para criar um programa de microcrédito. No Departamento de Estado, empenhou-se em mostrar que o bem-estar feminino é crucial para a segurança e a estabilidade econômica.

Ex-assessores dizem que Hillary considera que o país gosta quando ela -e candidatas em geral- parecem servir aos outros, em vez de perseguir ambições pessoais. Por essa lógica, o interesse de Hillary em ajudar as mulheres pode contribuir para seu verniz como "uma política acima da política".

¶Qual é a forma mais digna de ganhar dinheiro?

Ser da família Clinton custa caro, e, quando a secretária deixar o cargo, ela vai desejar ter assessores e poder viajar em aviões particulares, segundo amigos. O casal Clinton adora alugar casas de veraneio nos Hamptons, a cerca de 150 km de Nova York, segundo amigos, e comprar um imóvel lá pode exigir milhões de dólares. Embora amigos digam que Hillary possa ganhar muito dinheiro num escritório de advocacia, assessorando países estrangeiros acerca de riscos geopolíticos, ou num banco de investimentos ou numa empresa de gestão de capitais, nenhuma dessas atividades parece contribuir com uma campanha presidencial.

Em vez disso, Hillary deve aceitar convites para palestras -e talvez até discursos com o marido- e escrever um ou mais livros. Para sua autobiografia de 2003, "História Viva", ela recebeu um adiantamento de cerca de US$ 8 milhões.

¶ Como lidar com as incessantes especulações sobre 2016?

Hillary mantém o mesmo discurso em público e reservadamente: ela não vai concorrer. Muitas pessoas próximas a ela enfatizam que ninguém sabe de nada em contrário, nem a própria Hillary. "Tenha muito cuidado com quem finge possuir o verdadeiro conhecimento", disse Philippe Reines, seu porta-voz no Departamento de Estado.

A especulação tem lá suas vantagens. Se Hillary não concorrer, continuará sendo uma figura amplamente respeitada, cujos principais feitos já ficaram para trás. Se concorrer, seu potencial histórico para a Casa Branca reluz. "Ninguém interage com Hillary Clinton como se ela estivesse sumindo no entardecer", disse Reines.


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