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New York Times

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Debate climático pressiona universidades

Por JUSTIN GILLIS

SWARTHMORE, Pensilvânia - Um grupo de alunos da faculdade Swarthmore está pedindo à escola que adote uma medida aparentemente simples para combater a poluição e a mudança climática: que a fundação mantenedora da faculdade venda sua participação em empresas de combustíveis fósseis. Há meses, eles ouvem um rotundo "não".

Esses alunos estão na vanguarda de um movimento nacional. Nas últimas semanas, alunos universitários em dezenas de campi têm exigido que as fundações mantenedoras se livrem das ações envolvendo carvão, petróleo e gás.

"Chegamos a este ponto de intensa urgência em que precisamos agir acerca da mudança climática", disse William Lawrence, aluno da Swarthmore.

Os alunos fazem uma imitação consciente da bem-sucedida mobilização na década de 1980, com greves de fome e ocupações, que pressionou as faculdades a retirar seus investimentos de empresas que faziam negócios com a África do Sul do apartheid.

A Unity College, pequena faculdade do Maine, já aprovou a desvinculação com investimentos em combustíveis fósseis. A Hampshire College, em Massachusetts, decidiu eliminar da sua carteira as ações de combustíveis fósseis.

"A maré política vai virar, e o público vai exigir ação a respeito da mudança climática", escreveu Stephen Mulkey, reitor da Unity College, a outros gestores de faculdades.

Mas, em faculdades amparadas por grandes fundos, os gestores veem essas exigências com ceticismo. As empresas de combustíveis fósseis representam uma parcela significativa do mercado acionário. Nenhuma escola com um fundo superior a US$ 1 bilhão aceitou tirar seus investimentos das ações de combustíveis fósseis.

Na Universidade Harvard, que tem o maior fundo universitário dos EUA, com US$ 31 bilhões, o órgão estudantil recentemente decidiu pedir à direção que faça isso.

"Sempre apreciamos ouvir os pontos de vista dos alunos, mas Harvard não considera essa opção", disse o porta-voz universitário Kevin Galvin.

A recente escalada foi, em grande parte, obra da organização 350.org e do seu líder, o escritor e ativista Bill McKibben.

O nome do grupo alude àquilo que alguns cientistas veem como o máximo nível seguro de dióxido de carbono na atmosfera, 350 partes por milhão. O nível atual está em torno de 390.

McKibben fala para auditórios lotados e pede aos alunos que criem iniciativas locais de desinvestimento.

"Isso não é diferente da indústria do tabaco -durante anos, eles mentiram sobre os perigos da sua indústria", disse.

O objetivo de McKibben é tornar a posse de ações dessas empresas algo desonroso, da mesma forma como possuir ações da indústria do tabaco tornou-se desonroso em muitos setores.

A Swarthmore, faculdade de formação generalista no sudoeste da Filadélfia, é uma escola pequena com um fundo substancial, de US$ 1,5 bilhão. "A política da faculdade é que o fundo não é para ser investido com propósitos sociais", disse a vice-reitora Suzanne Welsh. "Não é para isso que nossos doadores deram dinheiro."

Até agora, os alunos evitam o confronto. A campanha inclui um abaixo-assinado, pequenas manifestações e peculiares instalações artísticas.

"No que diz respeito a isso, não são os membros do conselho que vão herdar o problema climático", disse Sachie Hopkins-Hayakawa, aluna da Swarthmore. "Somos nós."


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