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New York Times

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Descobertas

Cérebro e cocaína

Por que algumas pessoas podem usar cocaína sem ficarem viciadas? Um novo estudo sugere que a resposta pode estar no formato dos seus cérebros.

Usuários esporádicos de cocaína tendem a ter um lobo frontal -região associada ao autocontrole- maior do que os dependentes, segundo o estudo publicado na revista "Biological Psychiatry".

Os cientistas, da Universidade de Cambridge, reuniram tomografias cerebrais e testes de personalidade de pessoas que haviam usado cocaína durante anos -algumas dependentes e outras não.

Embora os não dependentes demonstrassem tendência a comportamentos de risco, o maior volume de matéria cinzenta parecia lhes ajudar a resistir à dependência, exercendo mais o autocontrole.

"Eles podiam pegar ou largar", disse Karen Ersche, que conduziu o estudo.

Os pesquisadores acreditam que a diferença no formato cerebral antecede o uso de drogas, em vez de resultar dele.

Ersche disse que as descobertas reforçam a ideia, popular entre especialistas, de que a dependência tem mais a ver com a constituição biológica do que com o caráter.

"Não é a abordagem do basta dizer não, se não mais dia ou menos dia você vai ficar viciado", disse. "A forma como as drogas funcionam e o quanto você está sob risco depende de que tipo de pessoa você é e que tipo de cérebro você tem."

DOUGLAS QUENQUA

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Nutrição profunda

Não é verdade, de forma alguma, que as camadas externas da maioria das frutas e legumes sejam as principais fontes de nutrientes.

Parte do que torna frutas e legumes tão coloridos são os pigmentos na casca, com saudáveis propriedades antioxidantes. O resveratrol, por exemplo, está presente na pele de uvas vermelhas e outras frutas. Mas o licopeno, um dos pigmentos que dão a cor vermelha a tomates e pimentões, está distribuído uniformemente.

Na realidade, muitas vitaminas e nutrientes estão presentes no interior da fruta tanto quanto na casca. É o caso da maçã. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, uma maçã vermelha grande com casca intacta tem cerca de cinco gramas de fibra, 13 miligramas de cálcio, 239 miligramas de potássio e 10 miligramas de vitamina C. Mas, sem casca, ela ainda preserva uns três gramas de fibras, 11 miligramas de cálcio, 194 miligramas de potássio, muita vitamina C e outros nutrientes.

Outro exemplo é a batata doce. Uma porção de 100 gramas, cozida com casca, tem 2 gramas de proteína, 3 gramas de fibra e 20 miligramas de vitamina C. A mesma porção sem casca e fervida -processo que elimina ainda mais alguns dos nutrientes- continua com 1,4 grama de proteína, 2,4 gramas de fibra e 13 miligramas de vitamina C.

Em outras palavras: descascar não faz a fruta perder todos seus benefícios.

ANAHAD O'CONNOR

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Cafeína e bebês

Pesquisas sugerem que o consumo de bebidas cafeinadas durante a gravidez aumenta o risco de o bebê nascer com baixo peso.

A cafeína há muito tempo é associada a efeitos adversos em grávidas, levando muitas gestantes a abandonarem o café.

No novo estudo, publicado na revista "BMC Medicine", os pesquisadores recolheram dados de quase 60 mil gestações ao longo de dez anos.

Após excluir mulheres com problemas médicos possivelmente complicadores, eles não encontraram nenhuma associação entre o consumo de cafeína e o risco de parto prematuro. No entanto, havia uma correlação com o baixo peso.

Para uma criança com expectativa de nascer com cerca de 3,6 kg, havia uma perda média de 21 gramas a 28 gramas a cada 100 miligramas de cafeína consumida diariamente pela mãe. Mesmo depois de os pesquisadores excluírem dessa análise as fumantes, grupo que tem risco ainda maior de complicações e inclui muitas bebedoras de café, a associação permanecia.

Uma das participantes do estudo, Verena Sengpiel, do Hospital Universitário Sahlgrenska, na Suécia, disse que o estudo não é definitivo por ter sido observacional e que correlação não implica causa.

Mas ela disse que é recomendável que as mulheres suspendam o consumo de cafeína durante a gravidez ou que, pelo menos, limitem-no a duas xícaras de café por dia.

ANAHAD O'CONNOR


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