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A Síria no alvo da ONU

Após meses silente, o Conselho de Segurança da ONU enfim manifestou-se sobre a guerra civil na Síria. Foram duas ações em seis dias: uma resolução que objetiva pôr fim ao uso de armas químicas no conflito e uma declaração que condena a violência no país.

São os primeiros resultados concretos das negociações diplomáticas entre EUA e Rússia, iniciadas no começo de setembro --quando tudo indicava que os americanos marchavam para uma intervenção militar sem amparo internacional contra o ditador Bashar al-Assad.

Barack Obama comprometera-se no ano passado, por suas próprias palavras, a intervir belicamente no conflito sírio caso fosse comprovado o emprego de armas químicas contra os insurgentes.

A situação hipotética teria se materializado em agosto deste ano, quando mais de 1.400 pessoas foram mortas na região de Damasco em ataque com gases tóxicos.

Esforços de guerra, no entanto, não têm sido bem recebidos pela opinião pública americana, e Obama hesitou quanto à ação.

Nesse ínterim, a diplomacia agiu. Sem que se esperasse, o governo russo, um dos poucos aliados da Síria, acelerou as tratativas com Damasco para que Assad aceitasse entregar o arsenal químico, a fim de evitar uma intervenção.

Seria ingênuo ignorar, no entanto, que o ditador só admitiu participar das conversas após ser pressionado pelas ameaças bélicas dos EUA. Por essa razão, é constrangedor que o documento da ONU não preveja punições, como o uso de força militar, caso o regime sírio descumpra a normativa internacional a respeito dos gases tóxicos.

Conforme a resolução, se a Síria deixar de seguir o plano de destruição das armas químicas, uma retaliação ao país só virá após nova deliberação do Conselho de Segurança. Como Rússia e China são aliadas de Assad e têm direito a veto na ONU, é pouco provável que sejam aprovadas medidas mais duras.

Técnicos da Organização para a Proibição de Armas Químicas chegaram nesta semana à Síria, onde examinarão fábricas e depósitos de armamentos químicos. O prazo para pôr fim ao arsenal tóxico de Assad --até meados de 2014-- será o menor na história da instituição.

Não será tarefa fácil, sobretudo porque será levada adiante em meio a um conflito sangrento. Em dois anos e meio, o saldo dos confrontos já supera 100 mil mortos e 2,5 milhões de refugiados no exterior --isso em um país que tinha 22,5 milhões de habitantes.

As medidas da ONU, no entanto, nem sequer tangenciam o fim da guerra civil. Lamentável.


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