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Impasse nuclear

Após sucessivos e auspiciosos sinais de aproximação entre o Irã e os EUA nos últimos meses, justificava-se a expectativa criada em relação às conversas diplomáticas conduzidas em Genebra, no final da semana passada.

Eram muitos os indícios de que estava próximo um acordo preliminar para pôr fim ao impasse sobre o programa nuclear de Teerã. Negociadores anunciaram avanços significativos no primeiro dia de reunião; potências ocidentais, de última hora, enviaram seus chanceleres para participar do encontro.

Não foi dessa vez, contudo. "Leva tempo criar confiança entre países que estão em desacordo há tanto tempo", afirmou o secretário de Estado americano, John Kerry --Irã e Estados Unidos romperam relações em 1979, quando foi instaurada a teocracia xiita em Teerã.

Partiu da França a iniciativa de rejeitar o texto em discussão. Embora os termos contratuais contassem com a simpatia inicial da maioria dos países --além de EUA e Irã, participaram Alemanha, China, Reino Unido e Rússia--, prevaleceu a cautela francesa.

No entendimento de Paris, é preciso aumentar as contrapartidas exigidas de Teerã --por exemplo, interrupção das atividades de alguns reatores nucleares e diminuição mais sensível do grau de enriquecimento de urânio-- em troca do fim das sanções econômicas.

Os Estados Unidos, que haviam divergido da retórica anti-Irã de Israel --tradicional aliado americano--, enfim apoiaram os franceses.

Com o impasse, foi marcada uma nova rodada para o dia 20 deste mês. Na opinião de William Hague, ministro britânico das Relações Exteriores, apesar das dificuldades, os progressos dos últimos dias sugerem "boa oportunidade" para que o acordo seja fechado.

De fato, há condições favoráveis. A presença do clérigo moderado Hasan Rowhani na Presidência do Irã e, sobretudo, os drásticos efeitos das sanções em Teerã tornam o otimismo britânico uma propensão bastante razoável.

É preciso ter em mente, todavia, que a elite iraniana tem bons motivos para querer manter a bomba atômica a seu alcance. Faz sentido, assim, supor que o Irã somente esteja interessado em aliviar sua economia, sem abandonar suas pretensões nucleares. Por enquanto, o ceticismo não é supérfluo.


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