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Arnaldo Niskier

Proibido para "coroas"

Alunos devem complementar seus estudos com informações disponíveis na internet, mas em casa. Em sala de aula, os professores são insubstituíveis

Vivemos todo tipo de preconceito. De cor, status social, sexo, religião e até um discreto deboche contra os baixinhos. Agora, parece que se arma no horizonte uma animosidade contra os mais velhos, que costumamos chamar carinhosamente de "coroas".

Isso se revela exatamente onde o mundo demonstra os maiores avanços científico-tecnológicos, que é o campo da tecnologia da informação (TI), nos países desenvolvidos.

Fomos surpreendidos com a informação de que jovens de 13 a 17 anos demonstram os primeiro sinais de cansaço em relação ao uso do Facebook, notável criação de Mark Zuckerberg, hoje com mais de 1 bilhão de usuários. A explicação é muito simples: "Os coroas' estão dominando a tecnologia. Se eles querem, devemos sair para outra."

É claro que já existe a alternativa. Trata-se do Snapchat, utilizado para o envio de vídeos e imagens em geral que desaparecem instantes após ser vistos. Na verdade, os jovens se encantam por um grande número de aplicativos, como o WhatsApp, o Instagram (em grande progresso), o Vine (mensagens de seis segundos, comprado pelo Twitter), o Ask.fm (perguntas e respostas) e o Tumblr, que é um sistema de blog para enviar textos, imagens e vídeos que podem ser republicados por outros usuários.

Como se vê, a variedade é grande e inestancável para a fértil e lucrativa criatividade dos grandes cientistas. É natural, pois, que os aplicativos sejam substituídos por outros mais modernos --e, com isso, a garotada se diverte, ampliando o uso das maquininhas.

Os idosos são mais conservadores. Eles gostam de fazer as suas refeições familiares sem o emprego concomitante dos incríveis tablets e celulares. Os jovens, mesmo contrariando a orientação dos pais, dividem suas atenções durante almoços e jantares, apertando as teclas entre uma garfada e outra. As broncas são comuns, pois o fenômeno altera os procedimentos da família. Os diálogos têm ficado escassos, senão nulos com essas novidades das redes sociais.

O tema chegou às escolas. Em muitas delas, a direção proíbe o uso dos celulares em sala de aula, a fim de não desviar a atenção das explicações insubstituíveis dadas pelos professores. Os conhecimentos que podem ser hauridos do Google, por exemplo, para enriquecer o conteúdo das aulas devem, sim, ser colhidos, mas em casa, nas horas destinadas aos estudos.

Em sala de aula, não pode haver competição com os professores. Escolas famosas como a de Harvard passam deveres que eventualmente requerem recursos on-line, mas, em sala, os mestres usam o tempo nas explicações concernentes.

Assim se cria uma nova harmonia na relação ensino/aprendizagem. As aulas lineares e sequenciais ganham contornos mais modernos e proveitosos.

Voltando ao Facebook, um indiscutível sucesso, inclusive de faturamento com os pródigos anúncios, não há que se estranhar que os jovens comecem a se cansar do seu uso indiscriminado, buscando alternativas. Essa inquietação é própria da idade. E é certo que o ciclo de vida das redes sociais tem limitações. É natural que se busquem inovações.


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