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Carlos Heitor Cony

DNA da espionagem

RIO DE JANEIRO - Bem antes de 1964, os serviços de informação e de inteligência do Departamento de Estado norte-americano já dispunham de tecnologia suficiente para rastrear o encontro num quarto de hospital de dois personagens secundários (ou nem isso) no episódio da deposição de João Goulart. Em 1972, por ocasião do caso Watergate, já dispunham de recursos mais sofisticados para grampear conversas até mesmo no Salão Oval da Casa Branca. Podiam gravar, por interesse próprio ou para abastecer aliados de informações estratégicas.

Enquanto durou a Guerra Fria, em nome da segurança do mundo livre e da sua própria segurança, os Estados Unidos possuíam recursos técnicos capazes de espionar qualquer cidadão em qualquer parte do mundo, criando assim condições para o seu desaparecimento.

Até o final dos anos 70, início dos 80, o clima não apenas na América Latina, mas na Ásia e na África era condicionado prioritariamente pelo conceito de segurança do "mundo livre", cujo baluarte operacional político e militar era o próprio Departamento de Estado norte-americano.

Foram espionadas crises abertas durante o período, como a de 1962, quando os mísseis soviéticos instalados em Cuba ameaçavam os Estados Unidos, ou crises prolongadas em outros episódios, como as diversas ofensivas no Sudeste Asiático, a caça e a morte de Che Guevara na Bolívia, as revoltas estudantis em diversas capitais do Ocidente, a invasão da Tchecoslováquia, com os tanques do Pacto de Varsóvia rolando suas esteiras nas ruas de Praga, em conflitos localizados como a Guerra do Yom Kippur de 1973, com a consequente crise no abastecimento de petróleo, a deposição e o assassinato de Salvador Allende no Chile e o início da ditadura de Pinochet.

Dona Dilma Rousseff tem razões para reclamar da espionagem antes que seja tarde demais.


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